segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

OS CAMPOS ESTÃO PRONTOS PARA A COLHEITA

Texto: João 4:35-38
Que a Paz do Senhor Jesus Cristo seja com todos vocês irmãos e irmãs. Por gentileza, abram as suas Bíblias no Evangelho de João, capítulo 4, versículos 35 a 38. Na Bíblia Revista e Atualizada está escrito assim:

35- Não dizeis vós que ainda há quatro meses até a ceifa? Eu, porém, vos digo: erguei os olhos e vede os campos, pois já branquejam para a ceifa. 36- O ceifeiro recebe desde já a recompensa e entesoura o seu fruto para a vida eterna; e dessarte, se alegram tanto o semeador como o ceifeiro. 37- Pois, no caso, é verdadeiro o ditado: Um é o semeador, e outro é o ceifeiro. 38- Eu vos enviei para ceifar o que não semeastes; outros trabalharam, e vós entrastes no seu trabalho.

Chegamos, pela graça de Deus, a terceira fase do projeto “Um milhão de contatos missionários”. No ano de 2009, os promessistas firmaram o compromisso pessoal no propósito de alcançarem 12 contatos missionários. Em 2010, o alvo foi de 10 contatos e, em 2011, estaremos focados em alcançar mais 8 contatos, para a glória de nosso Deus. Nós sabemos que esse projeto é um grande desafio para a Igreja Adventista da Promessa em geral, e para todos nós, individualmente. Ele exige preparo, amor e prontidão de nossa parte. “Vigiai, pois, porque não sabeis quando virá o dono da casa: se à tarde,
se à noite, se ao cantar do galo, se pela manhã; para que, vindo ele inesperadamente, não vos ache dormindo”. (Mc 13:35,36).  
O texto que lemos é a continuação de um dos mais admiráveis fatos ocorridos na Bíblia, a saber, o encontro de Jesus com a mulher samaritana. Ela ouviu da boca de Jesus, não o que gostaria de ouvir, mas o que precisava ouvir. A atitude dessa mulher é notável. Ela ouviu a Palavra, mas não a reteve somente para si mesma. Pelo contrário, ela se apressou a propagá-la aos outros. Com essa mulher aprendemos o princípio da prontidão. Tanto a semeadura quanto a colheita requerem pessoas prontas para o serviço e dedicadas a ele.

O texto de João 4:35 a 38 nos apresentam três princípios relacionados à colheita espiritual. Vejamos o primeiro:

I.              TRABALHEMOS COM PRONTIDÃO CONSIDERANDO A URGÊNCIA DA COLHEITA.
            Foi no encontro que teve com Jesus, que a mulher samaritana se deparou com a verdade que mudou a sua vida. Ela ouviu, dos lábios dele, a seguinte afirmação: “Eu sou o Messias! Eu, que estou falando com você” (Jo 4:26- NVI). Essas palavras eram fortes demais ao seu coração, pois sabia ela que eram verdade! Essa mulher tinha certeza que Jesus não era semelhante aos demais profetas da época, que se diziam ser o Messias aguardado pelos judeus. Afinal, nos poucos momentos de diálogo que teve com ela, Jesus havia detalhado fatos secretos (ao menos para um desconhecido) da vida dela! (Jo 4:29).
            A mulher samaritana foi impulsionada, pelo poder da palavra de Cristo a testemunhar dele aos seus conterrâneos. Jesus tinha absoluta certeza de que além daquela mulher, muitos outros samaritanos creriam nele. Por isso, ele lembrou aos discípulos: Não dizeis que ainda há quatro meses até a colheita? (Jo 4:35a). Os discípulos estavam dizendo isso. Era dezembro, ou início de janeiro, e a ceifa, nessa região, acontecia em abril ou começo de maio.[1] Eles, não estavam errados, cientificamente falando. Afinal, a colheita não pode ser realizada imediatamente à semeadura. Mas Cristo lança mão desse fato para expressar uma verdade acerca da colheita espiritual: ela é urgente!
Observem, por gentileza, a parte b do versículo 35 de João 4: Eu lhes digo: Abram os olhos e vejam os campos! Eles estão maduros para a colheita. O que Jesus quis dizer com essas palavras é que “apesar da colheita de grãos estar ainda distante (quatro meses), a colheita de almas já poderia ser feita”.[2] Não havia tempo a perder. Será que essa afirmação tem algum sentido? Certamente, sim! O versículo 39 declara: Muitos samaritanos daquela cidade creram nele por causa do seguinte testemunho dado pela mulher: “Ele me disse tudo o que tenho feito”. 
A noção de urgência está no coração de Deus! Ele nos convoca a sairmos do comodismo e a ter uma visão além do natural. Ele quer que olhemos para os campos pela ótica espiritual e isso envolve urgência na ceifa. Os campos estão brancos, portanto, estejamos prontos para agir rapidamente! Caso contrário as pessoas poderão se perder! Elas podem ser atacadas e arrebatadas por aquele que veio para matar, roubar e destruir (Jo 10:10). Lembre-se que no mundo natural a colheita pode demorar muito tempo após a semeadura, mas no mundo espiritual, ela deve ser realizada imediatamente! Na mente de Cristo, o tempo de se anunciar a Palavra é agora, isto é, o presente!
            Qual tem sido a nossa preocupação diante desse vasto campo, que é o mundo? Temos sido impulsionados pela urgência da mulher samaritana ou pelo pensamento cômodo dos discípulos? O que estamos esperando? Os campos estão brancos! Está na hora de agir! Cristo está nos chacoalhando neste momento por meio da sua palavra! Desatemo-nos das armadilhas da ociosidade. Desprendemo-nos da inércia espiritual. Corramos para os campos a fim de realizarmos a ceifa! O campo é o mundo, é a nossa família, é o nosso bairro, é a nossa cidade! E o tempo da salvação é o dia chamado hoje.

            Trabalhemos com prontidão considerando a urgência da colheita. Este é o primeiro princípio. Vamos, portanto, ao segundo:

II.            TRABALHEMOS COM PRONTIDÃO CONSIDERANDO O MANDAMENTO DA COLHEITA.
A colheita tem um tempo para ser realizada: o presente. Mas também tem uma razão imprescindível para ser realizada: é uma ordem. E quem atesta isso? O próprio Jesus. Vejam, por favor, o que ele fala no inicio do versículo 38: Eu vos enviei para ceifar... Esse texto é tremendo! É possível observamos nele três itens importantes. Em primeiro lugar, o texto destaca o comissionador. Foi Jesus quem chamou os discípulos e os capacitou. Quando somos por ele capacitados, temos ousadia para pregar como ovelhas no meio de lobos! Isso é impressionante! O mandamento da colheita não tem procedência humana, mas divina! Não é terreno, mas celestial! Ele provém daquele que é digno de ser chamado EU SOU!
Em segundo lugar, o texto destaca os comissionados. O termo vos está na terceira pessoa do plural. Aqui, ele está se referindo aos discípulos daquela época. Mas também está se dirigindo aos discípulos dessa geração! O mandamento da colheita é para nós também! Cristo também estava falando de nós quando disse em Mt 5:13: Vós sois o sal da terra. Do mesmo modo eram também para nós as palavras dele registradas no versículo seguinte: Vós sois a luz do mundo (Mt 5:14). Portanto, não pense você que está desobrigado desta função tão essencial que é a colheita. O comissionado é o pastor e o membro da igreja; a criança, o jovem, o adulto e o ancião. Todos, individualmente, fomos chamados e convocados para a urgente colheita!
Em terceiro lugar, o texto destaca a missão. Leiamo-lo novamente: Eu vos enviei para ceifar (grifo nosso). Cristo não nos colocou no mundo sem propósito. Não fomos chamados sem propósito. Ele nos comissionou. A nossa missão é árdua, perigosa, enfadonha, mas muito importante! Trata-se de uma questão de vida ou morte. Não há outra opção: Ou cumprimos a missão de ceifar vidas do cárcere da morte, ou, nos tornaremos as próprias vítimas da morte. Quem não ceifa para Cristo, é ceifado pelo pecado. Vocês ainda lembram o que está escrito em Marcos 16:15? Vamos recitá-lo juntos: ...Ide por todo o mundo, e pregai o evangelho a toda criatura.  
 Queridos irmãos e irmãs, por se tratar de um mandamento, a colheita não deve ser realizada de qualquer maneira. Precisamos estar munidos da ferramenta certa para que possamos realizá-la com eficácia. A palavra de Deus é o instrumento da colheita. Jamais obedeceremos corretamente a ordem de Cristo se ignorarmos a sua palavra. Se quisermos ver as pessoas se arrependerem dos seus pecados e passarem por uma transformação de vida, devemos pregar-lhes a palavra! Nada além da palavra! Os samaritamos se renderam a Cristo porque ouviram a Palavra! A colheita será farta se o foco estiver no evangelho e não nos evangelistas, pois o evangelho é poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê (Rm 1:16).
 Por se tratar de um mandamento, a colheita não se restringe a uma parte do campo, mas a toda extensão dele. Talvez os discípulos tivessem o seguinte pensamento acerca dos samaritanos: “‘Não pode haver colheita aqui! Essa gente despreza os judeus e não aceitaria a nossa mensagem’. Mas era justamente o contrário: aqueles campos estavam prontos para a ceifa”.[3] A colheita pode e deve ser feita em todas as classes da sociedade, sem preconceito. Encaremos a colheita como uma ordem, mas não obedeçamos por uma questão de obrigação, mas de alegria, sabendo que são bem-aventurados os que ouvem a palavra de Deus, e a observam (Lc 11:28).

O segundo princípio, como vimos, é este: Trabalhemos com prontidão considerando o mandamento da colheita. Vamos portanto, ao terceiro e último princípio:

III.           TRABALHEMOS COM PRONTIDÃO CONSIDERANDO A RECOMPENSA DA COLHEITA.

Como vimos, a colheita espiritual distingue-se da colheita natural pelo fato desta ter de aguardar um período de tempo considerável a partir da semeadura para ser concretizada, enquanto que aquela acontece logo após a Palavra ser semeada. Mas não é só isso. Ambas também se diferem no que concerne à sua recompensa. Por gentileza, vejam novamente na Bíblia de vocês, o que está escrito no versículo 36 do capítulo 4 do evangelho de João: O ceifeiro recebe desde já a recompensa e entesoura o seu fruto para a vida eterna; e, dessarte, se alegram tanto o semeador como o ceifeiro.      
É possível observarmos, nessas palavras de Jesus, pelo menos, duas importantes lições quanto à recompensa da colheita espiritual. A primeira delas refere-se à sua durabilidade. Uma colheita normal ou natural poderá trazer muitas alegrias ao ceifeiro. Ela pode encher os seus celeiros e torná-lo muito rico. Todavia, a recompensa produzida por esse tipo de colheita não é durável, porque se trata de um tesouro inteiramente terreno, o qual pode contribuir, muitas vezes, negativamente para a espiritualidade das pessoas. Se não houver um cuidado voltado nesse sentido, o coração delas correrá o risco de se focar somente nos bens terrenos e se distanciar cada vez mais de Cristo.
A recompensa produzida pela colheita espiritual, no entanto, é completamente diferente! Jesus faz questão de afirmar que, nela, o ceifeiro entesoura o seu fruto para a vida eterna! Essa colheita produz uma recompensa durável meus queridos irmãos e irmãs! Quem dela participa reserva para si um tesouro não terreno, mas celestial! Essa colheita é espiritual porque envolve o novo nascimento das pessoas. Estas abrirão os seus olhos para ver Aquele que é a luz do mundo, Cristo! Elas o amarão e crerão na sua palavra e serão salvas mediante a graça salvadora de nosso Deus! Elas se depararão, finalmente, não mais com a morte, mas com a vida, a qual é eterna!
A segunda importante lição quanto à recompensa da colheita espiritual é a sua compartilhação. O texto afirma que tanto o semeador quanto o ceifeiro se alegram. O “mérito” da colheita não é somente deste ou daquele, mas de todos. Os que semeiam não são mais importantes do que os que ceifam. Logicamente, as suas funções são diferentes, mas o resultado do trabalho é o mesmo. A glória do trabalho de todos é destinada a um só Deus. O objetivo é o mesmo: salvar vidas. “Na ceifa do Senhor, não há competição. Cada um recebe uma tarefa, e todos fazem parte do trabalho uns dos outros (1 Co 3:6-). Um semeia, o outro colhe, mas todos os trabalhadores recebem a recompensa justa por seu trabalho.”[4]
Vejam, por favor, novamente o versículo 38: Eu vos enviei para ceifar o que não semeastes; outros trabalharam, e vós entrastes no seu trabalho. Possivelmente, os outros, antes dos discípulos, haviam trabalhado entre os samaritanos, ou seja, plantaram entre eles a mensagem do evangelho.[5] Mas os discípulos agora são comissionados a colher os frutos do trabalho deles. Talvez Cristo esteja se referindo a ele mesmo, ou aos profetas do Antigo Testamento. De qualquer modo, o trabalho tinha de ser continuado. Nós também fomos comissionados para ceifar do trabalho dos cristãos do passado. Portanto, em atitude de prontidão, estejamos dispostos a dar prosseguimento à colheita.  A recompensa que nos aguarda é eterna e compartilhável!   

CONCLUSÃO: Amados irmãos e irmãs, a Palavra de Deus hoje nos convoca à ceifa. Os campos estão brancos e a colheita não pode atrasar. Ela é urgente. Aliás, urgentíssima! Paulo, o missionário mais influente de cristianismo de todos os tempos, tinha essa percepção impregnada na sua mente. Por essa razão, ele disse a Timóteo, o seu filho na fé: Prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina (2 Tm 4:2). Além disso, a colheita é também um mandamento. Fomos comissionados por Cristo para dela participar.  
            Quem ceifa, recebe do Senhor, uma recompensa durável e compartilhável! Quer você receber essa recompensa? Então, aceite o desafio proposto neste culto. Faça agora mesmo o compromisso diante do Senhor da seara de fazer, até ao final do ano de 2011, oito contatos missionários! Lembre-se que isso não é impossível, pelo contrário, o próprio Senhor da seara o capacitará para essa grande obra! Sabendo que a seara é grande, mas os trabalhadores são poucos (Lc 10:2), oremos firmemente para que o Senhor faça de nós ceifeiros entusiasmados e comprometidos para a ceifa. Amém!

BIBLIOGRAFIA

BOOR, Werner de. Evangelho de João I: comentário esperança. Curitiba: Ed. Evangélica Esperança, 2002.

BRUCE F.F. João. São Paulo: Sociedade Religiosa Edições Vida Nova e Associação Religiosa Editora Mundo Cristão, 1987.

HENDRIKSEN, William. O Evangelho de João. São Paulo: Ed. Cultura Cristã, 2004.

WIERSBE, Warren W. Comentário Bíblico Expositivo: Novo Testamento: Volume I. Santo André, SP: Geográfica editora, 2006.


[1] Hendriksen (2004:232)
[2] Hendriksen (2004:233)
[3] Wiersbe (2006:388)
[4] Idem 3.
[5] Hendriksen (2004:235)

Sermão produzido pelo DEME

Um comentário:

  1. Paz meu querido amigo!
    Obrigado pelo seu comentário!
    O seu blog está uma benção também!
    Um forte abraço!

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