quarta-feira, 23 de outubro de 2019

O princípio da fidelidade e a devolução


Texto: Malaquias 3:10

Introdução:

Devolução implica em restituir a alguém algo que lhe pertence. No contexto relacionado à igreja, a palavra devolução está intimamente associada, dentre outras coisas, à entrega do dízimo. A palavra “dízimo” é a décima parte de um todo. Em outras palavras, dízimo é a décima parte do que Deus nos concede e que deve ser devolvida a ele, como um ato de adoração, gratidão e obediência, em reconhecimento de que tudo lhe pertence. O dízimo não se trata de algo que a igreja inventou, mas de um princípio perpétuo estabelecido por Deus em sua Palavra. O dízimo não é opcional para os cristãos, mas um mandamento que deve ser levado a sério. 

Dizimar é parte do princípio da fidelidade. Quanto a esse princípio, devemos analisar três lições importantes. Vamos à primeira.

1.    No princípio da fidelidade, a devolução é legítima.

Será que o dízimo continua sendo válido para os cristãos de hoje? Será que o dízimo ainda faz parte da nossa fidelidade diante de Deus? A resposta para ambas as perguntas é sim: O dízimo é válido para os dias de hoje e inclui a nossa fidelidade a Deus. O dízimo é válido porque é anterior à lei. A primeira referência bíblica a alguém entregando o dízimo está em Gênesis. Abrão entregou o dízimo de tudo que possuía a Melquisedeque, sacerdote do Deus Altíssimo (Gn 14:18-20). Nessa época, a lei de Deus ainda não havia sido estabelecida. Abrão devolvia o dízimo porque sabia que tudo pertence ao Senhor e queria agradecê-lo pelas vitórias conquistadas.

Se você alcançou suas conquistas, não pense que você o fez por suas próprias forças. Deus esteve contigo na luta. Ele te deu capacidade para estudar, trabalhar e prosperar. Portanto, não deixe de ser fiel a ele. Se Deus o ajudou até aqui, não retenha aquilo que é dele por pensar que lhe faltará o pão de cada dia, a roupa para vestir, o calçado para os pés. O dízimo é válido porque foi incluído na lei de Deus. A décima parte das colheitas, dos frutos e dos animais devia ser entregue ao Senhor. O texto de Lv 27:30 afirma que: ... todas as dízimas do campo, da semente do campo, do fruto das árvores são do SENHOR; santas são ao SENHOR. Pela lei, a décima parte da nossa renda, não nos pertence. Não cabe a nós administrá-la. 

A décima parte da nossa renda é do Senhor. A nossa responsabilidade é devolver a Deus o que lhe pertence. Ao receber o salário do suor do seu rosto, do trabalho que dignifica o homem e a mulher, separe e devolva primeiramente a décima parte que pertence ao Senhor. Não caia no erro de tomar para si o dízimo. Se fizermos isso, estaremos pecando gravemente, como diz o texto de Malaquias 3:8: Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas alçadas.

Não devolver o dízimo é pecado; usar o dízimo para fins pessoais é pecado. Jesus disse que a prática do dízimo deveria ser cumprida. Sobre ela, ele alertou em Mt 23:23: ... deveis fazer estas coisas, sem omitir aquelasJesus estava afirmando que os escribas e fariseus deveriam praticar a justiça, a misericórdia e a fé, que são importantes, sem esquecer o dízimo, que também é importante. Precisamos, em nossos dias, ser justos, misericordiosos e convictos, sem jamais deixarmos de ser fiéis. Analisemos agora a segunda lição sobre o princípio da fidelidade.

2.    No princípio da fidelidade, a devolução é necessária.

Devolver o dízimo é necessário. Se quisermos que a obra de Deus seja mantida, precisamos fazer isso. Quando a terra de Canaã foi dividida entre as tribos de Israel, a tribo de Levi não teve participação nessa divisão, porque Deus já a tinha escolhido para servir exclusivamente no tabernáculo. Os levitas, portanto, seriam sustentados pelos dízimos. Quem ordenou isso foi o próprio Deus em Nm 18:21, que afirma: Aos filhos de Levi dei todos os dízimos em Israel por herança, pelo serviço que prestam, serviço da tenda da congregação. Somente os sacerdotes e os levitas tinham o direito de receber esses dízimos.

No Novo Testamento, com o surgimento da igreja e o fim do ministério levítico, o mesmo dízimo passou a ser destinado à manutenção da igreja. Para cumprir a missão de Deus no mundo, ela conta com a contribuição dos cristãos, por meio de dízimos e ofertas. Não é a bondade dos governos que sustenta a igreja, mas sim, a fidelidade dos crentes, com a bênção de Deus. A sua fidelidade na devolução do dízimo garantirá o sustento daqueles que se dedicam exclusivamente ao anúncio do reino. Em 1 Coríntios 9:14, Paulo diz que o Senhor ordenou que os que anunciam o evangelho vivam do evangelho. O texto está tratando de pessoas que se dedicam exclusivamente a essa tarefa.

Se você almeja que os nossos pastores, missionários e missionárias desempenhem bem o seu papel na divulgação do reino de Deus na terra, seja fiel na devolução daquilo que pertence ao Senhor. Se você almeja que a igreja tenha recursos suficientes para manter seus compromissos de forma honesta e pontual perante os órgãos governamentais, devolva fielmente aquilo que pertence ao Senhor. Se você almeja que a bênção da prosperidade seja visível na igreja em que você congrega, seja fiel na devolução dos dízimos e das ofertas. O princípio da devolução é necessário. Seja consciente disso. Deus abençoa a sua vida para que você, por meio da sua fidelidade, abençoe a obra dele.

Conclusão: Seja fiel ao Senhor na devolução dos dízimos. Mas não faça isso no intuito de se exaltar diante das pessoas, mas de reconhecer que Deus é Senhor e legítimo proprietário de todas as coisas. Além disso, entregue o seu dízimo como forma de agradecer a Deus por lhe permitir usar aquilo que é dele, exigindo apenas a décima parte. Não é só o dízimo que pertence ao Senhor; a Bíblia diz que tudo é dele (Sl 24:1). Os 90% que administramos também pertencem ao Senhor. Oremos para que o princípio da fidelidade seja constante em nossa vida.

Jailton Sousa Silva, Pr.

Fonte: Sermão adaptado da lição bíblica nº 317: o cristão e o dinheiro, pgs. 27-32.

domingo, 18 de fevereiro de 2018

Em busca da Palavra


Ne 8:1-12

Introdução: Com a construção dos muros de Jerusalém, os israelitas conseguiram se organizar social e materialmente. Jerusalém não era mais uma vergonha; agora havia guardas sobre ela (Ne 7:3). As pessoas haviam se estabelecido ali (v.73); elas tinham segurança militar, segurança econômica e um governo sólido. Será que tudo isso lhes era suficiente? Será que dinheiro, conforto, estrutura é tudo que precisamos? Ter um carro do ano pode ser bom, mas não é suficiente; ter uma graduação, mestrado, doutorado, MBA, em alguma área do conhecimento humano é maravilhoso, mas não é o suficiente; ter uma conta bancária generosa é melhor ainda, mas também não é suficiente. Nas palavras de Cristo, que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro, e perder-se ou destruir a si mesmo? (Lc 9:25).

Não adianta possuirmos tesouros na terra, se nada tivermos no céu; sermos recebidos pelos homens e rejeitados por Deus. Os israelitas haviam passado por uma reforma estrutural, organizacional e econômica, mas ainda lhes faltava uma reforma espiritual. Haviam sofrido uma mudança externa, mas agora tinham de passar por uma reforma no coração. Como essa reforma espiritual seria possível? Como ela aconteceria? Por meio da Palavra de Deus. Se quisermos ter uma espiritualidade sadia e sermos cristãos de verdade, precisamos buscar a Palavra. Como deve ser essa busca?

Em primeiro lugar,

A busca da Palavra precisa ser interessada.

O primeiro versículo do cap.8 de Neemias, começa dizendo que todo o povo se ajuntou como um só homem na praça, para ouvir a leitura do livro da Lei. 

Eles não se juntaram ali porque queriam promessas de prosperidade, de enriquecimento, mas porque almejavam saber a vontade de Deus. O foco era a Palavra, não a pessoa do lado; queriam ouvir a verdade. Como está escrito: e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará (Jo 8:32). Em Jerusalém, o interesse que havia pela Palavra era coletivo. O v.2 afirma que a congregação era formada tanto de homens, como de mulheres e de todos os que eram capazes de entender o que ouviam. Ninguém queria deixar passar a oportunidade de ouvir Deus falar.
  
Há um desinteresse pela Palavra em nossos dias que é de doer o coração. Se a Palavra não falar o que as pessoas querem ouvir, então não lhes interessa. As pessoas querem ouvir Deus falar não o que ELE tem para falar, mas o que elas querem que ele fale. Há um desinteresse sem precedentes pela Escola Bíblica. Na escola bíblica eu aprendo ser cristão; aprendo a ler a Bíblia; conheço a vontade de Deus. Muitos cristãos, porém, não se importam mais com ela. Preferem a quentura dos lençóis que o fogo do conhecimento; muitos dizem: “eu não vou à escola bíblica porque acordo cansado”. Mas acordam cansados porque vão dormir 2h e 3h da manhã, vendo besteira na internet.  

Há muitos que há tempos só vão sábado para o culto, após às 10h, isto é, após o final da Escola Bíblica! Estes vegetam, semana após semana, na própria ignorância e na falta de conhecimento bíblico.E os nossos músicos? Peço perdão aos irmãos e irmãs que levam o louvor a sério, mas isso eu tenho falar. É muito feio. Não...pior: é desrespeitoso quando após ministrarem o louvor na igreja, com mãos levantadas e com vozes afinadas, os músicos, exemplos da igreja, abandonam o templo quando o pregador sobe ao púlpito. Eles não querem ouvir Deus falar; a Palavra já não lhes interessa.

Outros, preferem ficar no celular. Enquanto o pregador transmite a mensagem do alto, eles ficam hipnotizados pelas coisas da terra. Suas atenções se voltam para os joguinhos, para os papos de grupo em algum aplicativo. Cadê o interesse e a reverência à voz de Deus? É assim queremos ouvi-lo falar conosco? Você falaria com alguém que não lhe desse atenção? No v. 5, Esdras abriu o livro e todo o povo se pôs em pé. Isso é reverência! É respeito! É temor!

Reverencie a Palavra! Preste atenção à voz de Deus. Ele quer falar contigo meu irmão! Você pode achar que o pregador não seja bom, mas ouça-o porque sendo ele bom ou não, a boca dele será usada por Deus como uma flecha que perfurará o seu coração. Você pode não gostar do seu professor de sábado, mas seja o primeiro a chegar na sala para ouvi-lo porque será por meio dele que Deus te ensinará a ser crente; o pregador e o professor nada são, mas a Palavra que eles pregam é poderosa. Ela salva, liberta e restaura.

A busca pela Palavra deve ser interessada. Além disso, em segundo lugar,

A busca pela Palavra precisa ser prioritária.

No v.3 do cap. 8 de Neemias, está escrito que o livro foi lido desde a alva até ao meio-dia, perante os homens e mulheres e os que podiam entender; e todo o povo tinha os ouvidos atentos ao Livro da Lei.

Duas situações aqui merecem destaque. Primeiro: eles priorizaram o tempo. O texto diz que eles se juntaram desde a alva para ouvir a Palavra de Deus. Ou seja, desde o amanhecer. As primeiras horas do dia; as primícias do seu tempo foram dedicadas à Palavra. Eles a priorizaram. Até ao meio dia eles ficaram no seu lugar, com seus ouvidos atentos. Não havia dispersão, distração nem enfado. Havia fome da Palavra.[1] Quer um conselho? Priorize tempo para a Bíblia. Não se preocupe, não precisa necessariamente deixar o lazer de lado. Você vai poder assistir o seu filme favorito, a sua série favorita. Mas você vai separar um tempo do dia para ouvir Deus falar contigo.

Você não vai se distrair com nada. Se preciso, você vai se trancar no quarto, colocará uma plaquinha de “não perturbe” e prestará atenção somente às sagradas letras, que podem tornar-te sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus (2 Tm 3:15). A outra situação que merece destaque: eles priorizaram as energias. Eles não escolheram um horário qualquer. A parte da manhã era o período em que eles estavam com mais disposição e mais despertos. Para o povo, aquele horário era o ideal para o cérebro absorver o conhecimento com mais proveito. Eles pouparam as energias para aproveitarem mais a leitura da Bíblia feita pelo escriba Esdras. 

Qual é o horário em que você tem mais disposição para a leitura? É no período da manhã? Da tarde? Da noite? Da madrugada? Seja qual for, dedique-o à leitura da Bíblia. Priorize o momento em que o seu corpo estiver descansado e em que a sua mente estiver tranquila. Então, abra a sua Bíblia, leia-a e reflita sobre a leitura. Por que você precisa priorizar a leitura da Bíblia? Sl 1:2 diz que bem-aventurado é aquele em que o seu prazer está na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite

Você quer ter uma vida abençoada por Deus? Busque a Palavra com interesse e prioridade; Queres ser restaurado pelo Senhor? Ouça-o por meio da Palavra! Deixe-o te orientar; deixe-o te guiar. A palavra é lâmpada para nossos pés e luz para os nossos caminhos (Sl 119:105).

Conclusão: O povo de Deus descrito em Neemias 8, tinha estrutura governamental e econômica, mas estava sedento. Desfrutava de fartura por fora, mas por dentro, estava seco como um deserto. Somente a Palavra preencheu o coração daquele povo. A busca da Palavra os fez entender a vontade de Deus e lhes trouxe regozijo!  A palavra de Deus pode preencher o vazio da sua vida. Ela é a resposta verdadeira para aqueles que se encontram desorientados e perdidos. Ela é a revelação pela qual Deus se dá a conhecer. Busque-a com afinco; leia-a com interesse e priorize-a sempre. Ela fará toda diferença na sua história!

Jailton Sousa Silva, Pr. 


REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
LOPES, Hernandes Dias. Neemias: o líder que restaurou uma nação. São Paulo: Hagnos, 2006.


[1] Lopes (2006:137).

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Santa Ceia: a celebração da santidade

Texto base: 1 Co 10:21.

A Ceia do Senhor é uma celebração. Apesar de ser memorial da morte de um inocente, um evento aparentemente triste, a Ceia é um momento de festa por causa dos benefícios que essa morte nos trouxe. A morte de Jesus nos salvou da ira de Deus e nos libertou do domínio do pecado. Por isso, a Ceia do Senhor é uma festa para nós. 

A Ceia do Senhor, porém, não é uma festa carnal, mas espiritual. É a celebração da santidade. Nela, nós não buscamos alimentar os prazeres e os desejos da carne; buscamos fortalecer os laços com o Espírito de Deus.  A Ceia do Senhor não é uma comemoração pelo que ganhamos nessa terra; mas uma celebração pelo que conquistamos no céu, por meio de Jesus; é uma festa santa e quem dela participa deve ser santo. 

Dois motivos sugerem que a Ceia do Senhor é uma celebração da santidade.  
O primeiro motivo é que:

A ceia do Senhor exige uma decisão drástica

1 Co 10:14: Por isso, meus amados irmãos, fujam da idolatria.

No contexto desse versículo, fugir da idolatria significa afastar-se das festas idólatras. Paulo estava orientando aos cristãos da cidade de Corinto a não participarem das festas pagãs e, depois, participarem da Ceia do Senhor. Aqui não tem essa de ficar em cima do muro: ou é ou não éEsta é a decisão que eles tinham de tomar: abandonar as festas idólatras.[1] Por que eles precisavam fazer isso? Porque a Ceia é uma festa cristocêntrica. O v. 16 diz que participar da Ceia é participar do corpo de Cristo. As festas pagãs exaltavam os deuses gregos da antiguidade: Afrodite, Diana, Júpter, Cíbeles, etc. Mas na Ceia não há espaço para nenhum deles.

Aqui, somente Cristo é exaltado. O v. 17 afirma que há somente um pão. Na Ceia não partimos o corpo de Maria, de Moisés, de Paulo. O pão da Ceia simboliza somente o corpo de Jesus. O vinho da Ceia simboliza somente o sangue de Jesus: pois, há somente um pão. Quer participar da Ceia do Senhor? Afaste-se da idolatria; isso é ser santo.

Os cristãos deviam abandonar as festas idólatras, também porque a Ceia não é um sacrifício de tolo. O v. 19 diz que o sacrifício aos ídolos é vão; é nada; os ídolos são nada; eles nada podem fazer por você. Nada! O v. 20 afirma que o que os pagãos sacrificam é oferecido aos demônios e não a Deus. Quem faz uma promessa para um ídolo, está fazendo aos demônios e não a Deus. Quem se prostra perante a um ídolo, a uma imagem, está se curvando aos demônios, não a Deus.

Quem está por trás das festas dos ídolos são os demônios! Quem está por trás das curas e dos prodígios atribuídos aos ídolos são os demônios, não Deus. O carnaval é uma festa pagã, dedicada ao deus Momo, que na mitologia grega, era o deus do sarcasmo e do delírio.[2] Nessa época, simbolicamente, as chaves de muitas cidades são entregues a esse deus. Noutras palavras, são entregues aos demônios. Quem está por trás do carnaval? Os demônios! 

O v. 18 sugere que os que comem dos sacrifícios, também participam do altar. Quando participamos do pão e do vinho, nos identificamos com tudo o que a morte de Cristo significa. Mas quando participamos da refeição das festas pagãs, do carnaval, dos círios de Nazaré, das celebrações da Umbanda, nos tornamos parceiros dos demônios.[3] A ceia, entretanto, não é um sacrifício de tolo pois, nela, celebramos o sacrifício do Deus Filho. Quem participa da Ceia tem comunhão com Cristo! Aqui é o melhor lugar para estarmos porque é onde Deus está!

A ceia do Senhor é uma festa santa porque exige uma decisão drástica e, também, porque:

A ceia do Senhor exige uma escolha definitiva

1 Co 10:21 diz assim: Vocês não podem beber do cálice do Senhor e do cálice dos demônios; não podem participar da mesa do Senhor e da mesa dos demônios

Não seja um cristão bipolar: que adora participar da igreja e do mundo; do céu e do inferno. Você precisa escolher: ou a Ceia do Senhor ou a refeição dos demônios; ou o céu ou o lago de fogo; ou a vida ou a morte. A escolha é sua.

Dois conselhos:

Primeiro: Não escolha o cálice e a mesa dos demônios.

Na mesa dos demônios há perversão. Tudo é permitido; todo mundo pega todo mundo; Homem fica com homem; mulher com mulher. A troca de casais é permitida; a nudez é incentivada e o sexo é banalizado; casamentos são desfeitos.

Na mesa dos demônios há morte. Muitos morrerão embriagados, assassinados, eletrocutados; outros se envolverão, pela primeira vez, com o tráfico, com as drogas, com o álcool. 

Na mesa dos demônios há choro e lamento; há perdas irreparáveis. Portanto, atente para este segundo conselho:

Prefira o cálice e a mesa do Senhor.

Na mesa do Senhor há comunhão verdadeira. Aqui, somos um só corpo, mesmo sendo muitos. Na Santa Ceia há unidade na diversidade; há um só Cabeça: Cristo.

Na mesa do Senhor há regozijo verdadeiro. Aqui lembramos da morte de Jesus e celebramos a salvação que ela nos trouxe. Somos livres em Cristo! Somos mais que vencedores em Jesus!

O choro aqui é de alegria pela salvação e o lamento é de tristeza pelo pecado; é um lamento de arrependimento; é um regozijo de liberdade.

Na mesa do Senhor há vida. Disse Jesus em Jo 6:35: ... Eu sou o pão da vida. Aquele que vem a mim nunca terá fome; aquele que crê em mim nunca terá sede.

Conclusão: O Senhor é o anfitrião de sua ceia e convida seus seguidores a participar de sua mesa. E porque a Ceia é a celebração da santidade, ela não tem absolutamente nada em comum com a mesa dos demônios.[4] Em santidade, participaremos, agora, dessa festa maravilhosa.


Jailton Sousa Silva, Pr. 




Referências bibliográficas

BRUCE, F. F. Comentário Bíblico NVI: Antigo e Novo Testamento. Tradução: Valdemar Kroker. São Paulo: Vida, 2009.

WILLIAMS, J. Rodiman. Teologia sistemática: uma perspectiva pentecostal. Tradução: Sueli Saraiva e Lucy Hiromi Kono Yamakami. São Paulo: Vida, 2011.



[1] Bruce (2009:1899).
[2] Qual a origem do Rei Momo: https://mundoestranho.abril.com.br/cultura/qual-a-origem-do-rei-momo/, acessado em 08/02/2018.
[3] Idem 1.
[4] Williams (2011:955). 

terça-feira, 15 de setembro de 2015

União da Mocidade: O início

No dia 15 de setembro do ano de 1945, aproximadamente 13 anos após o Pr. João Augusto da Silveira ser batizado com o Espírito Santo, na cidade de Paulista-PE, surgiu a União da Mocidade Adventista da Promessa ou, como se denominou na época, Grêmio Monte Tabor. Esse departamento surgiu da necessidade de os jovens unirem-se em torno dos mesmos objetivos cristãos.

Chama a atenção o fato de que a União da Mocidade não surge de qualquer jeito. Regras são ali desenvolvidas[1]. Dentre elas, manutenção da fé e da doutrina cristãs, com base na Palavra de Deus. É isso mesmo: a Umap se interessava por doutrina.

A nossa convicção cristã só é fortalecida quando há interesse e valorização na doutrina cristã. A igreja primitiva observava a doutrina. Diz o texto de Atos 2:42: E perseveravam na doutrina dos apóstolosA nossa geração é carente de conhecimento e de convicções, mas em meio às trevas da ignorância, a Umap deve se portar como luz do conhecimento.

Outra regra na criação da Umap: Comunhão, fraternidade, sociabilidade entre todosSomos uma união. Somos dependentes uns dos outros. Deus quis assim, aliás, Deus quer assim. Nas palavras de Cristo, reino divido se autodestrói. A igreja primitiva, sabendo disso, perseverava também na comunhão e no partir do pãoSomos unidos pela Cruz de Cristo. Por seu sacrifício fomos, somos e seremos salvos. Estaremos unidos quando as tribulações vierem, mas juntos, moraremos com Deus e usufruiremos de seu reino vindouro.

Por fim, a ultima regra enfatizada na formação da Umap: a manutenção da moralidade. Setenta anos se passaram. Muitos daqueles jovens que viveram os primeiros anos da Umap, não mais estão entre nós. Os tempos também mudaram, o nome da União da Mocidade, mudou. O que jamais mudará, entretanto, são os valores, os princípios e absolutos da Palavra. Deus foi e continua sendo o Deus Santo e jamais mudará de lado. O nosso desafio é ser como ele. Santifiquemo-nos a cada dia. Não nos conformemos com o pensamento e valores deste mundo.

A corrida continua. Estejamos prontos. Sigamos as regras e sejamos perseverantes.

Em Cristo, 

Jailton Sousa Silva, Pr.



[1] MARCOS que pontilham o caminho: a história continua. 1ª Ed. São Paulo: GEVC, 2002.

quinta-feira, 2 de abril de 2015

EM BUSCA DE UM MILAGRE

Naamã, comandante do exército do rei da Síria, era grande homem diante do seu senhor e de muito conceito, porque por ele o SENHOR dera vitória à Síria; era ele herói da guerra, porém leproso. (2Reis 5:1)

É consenso que apesar das dificuldades detectadas na área da saúde, a medicina evoluiu de maneira significativa. Hoje em dia é possível detectar algumas doenças futuras através das informações genéticas de uma pessoa, por meio de um simples exame, o que há alguns anos era impossível. Os métodos de cura se mostram muito mais eficientes e as pesquisas e as descobertas não param. Contudo, apesar de todo aparato medicinal, as pessoas continuam morrendo, vítimas de enfermidades. As doenças vasculares cerebrais, por exemplo, estão dentre as que mais matam no mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde.

Ainda há doenças sem cura. A medicina sempre ajuda, mas nem sempre resolve o problema. E quando isso acontece, o que fazer? Naamã resolveu ir em busca de um milagre. O que aprendemos com a história dele?

Em primeiro lugar, esse episódio nos ensina que somos vulneráveis:
Quem era Naamã? Comandante do exército sírio, em Damasco, nos tempos de Jorão, rei de Israel. Naamã foi homem habilidoso e corajoso, que merecia a posição que ocupava. Muitas das vitórias dos sírios devem-se a grande capacidade militar desse comandante. Naamã estava acostumado às vitórias. Ele era um herói nacional; ao mesmo tempo  estava ele acostumado à fama: o seu nome vivia atrelado ao êxito; era uma personalidade de sucesso em seu país.

Naamã estava acostumado às regalias. Ele dispunha de livre acesso ao palácio real. Os corredores do poder não lhe eram estranhos. Naamã possuía o que muita gente gostaria de ter: riqueza, fama, poder, conquistas. Um dia, porém, a casa caiu. O homem que sabia humilhar os seus adversários com as lâminas de sua espada, foi derrotado diante de uma horrível enfermidade: a lepra.

O que isso nos ensina? É simples: não existem super homens ou mulheres maravilhas no mundo real. O jovem que pensa que nunca vai morrer, engana-se a si mesmo. Dirigir em alta velocidade, entupir as veias com drogas, encher os pulmões de álcool, podem levar a morte. O investidor não está imune a perdas monumentais no mercado de ações; um pastor integro e sincero pode ser vítima de uma investida satânica; o atleta não está livre de um infarto e o rico, pode sim, ficar pobre.

Portanto, cuidado com o excesso de autoconfiança. Não somos tão fortes quanto pensamos. Cristo nos tornou livres do domínio do pecado, mas não da presença dele. Se o subestimarmos, podemos cair por sua causa. Cuidado: a presunção pode nos prejudicar. A arrogância é a porta de entrada para o fracasso. Somos vulneráveis. 


O episódio da enfermidade de Naamã nos ensina, em segundo lugar que: somos dependentes:
Naamã não tem como escapar da lepra. Ele está desesperado. A sua condição é a pior possível para quem ostenta o título de general. A serva israelita que vivia no palácio avisa que o profeta de Deus pode curá-lo. Essa notícia é suficiente para que o general leproso tenha um fio de esperança. Então, com a autorização de seu rei, Naamã vai buscar ajuda em Israel. 

Naquele momento, Israel e Síria estavam em paz, mas antes eles já haviam guerreado um contra o outro. Agora, porém, isso pouco importa ao general enfermo. Ele está em busca de um milagre, de uma cura. O profeta Eliseu não era Deus, mas era homem de Deus; ele possuía autoridade de Deus para curar. E porque tinha autoridade, Eliseu disse ao rei: Deixa-o vir a mim, e saberá que há profeta em Israel. (2Rs 5:8). E porque era profeta de Deus, Eliseu disse ao general sírio: Vai, lava-te sete vezes no Jordão e a tua carne será restaurada, e ficarás limpo (v.10).

Os milagres de Deus devem ser buscados no lugar certo. Deus é quem nos cura de nossas enfermidades. Ele vai aonde ninguém mais pode chegar. O médico pode remover a doença do corpo, mas só Jesus pode remover as enfermidades não somente físicas, mas também, espirituais. Cristo cura quando, onde e a quem ele quiser. Todas as enfermidades estão debaixo de seu poder e soberania.

Dependemos de Jesus para sermos curados de nossas crises existenciais. Precisamos de Jesus para sermos curados do pecado. Dependemos de Jesus para sermos curados daquilo que aos homens é incurável. Somos vulneráveis sim; somos dependentes sim; Mas o poderoso Deus faz do fraco, forte.

Se a situação estiver difícil, busque a Deus; Se o casamento estiver por um fio, busque a Deus; Se a doença foi detectada, busque a Deus; se o projeto falhou, busque a Deus; se o filho deu problema, busque a Deus.

Busquemos a Deus porque ele tem cuidado de nós.

Em Cristo, 

Jailton Sousa Silva