quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Arrependimento, uma mensagem para o nosso tempo



Ele era jovem e rico. Tinha um pai bondoso, uma família desejável. Era o filho mais novo da família. Tinha tudo o que todo jovem bem resolvido gostaria de ter. Mas a seu ver, todos os benefícios de que dispunha lhe eram insuficientes. A fartura de sua mesa, o conforto de sua casa e o amor de sua família pareciam não satisfazer o seu coração. Ele queria mais! Queria aventura.  Queria diversão. Ele não almejava a casa do pai, mas o mundo dos “amigos”. A curtição passou a ser o seu alvo de vida. Por isso, ele tomou uma atitude por demais precipitada: Pai, eu quero agora a minha parte da herança (Lc 15:12 – NBV). Como é possível perceber, este jovem ninguém mais é que o filho perdido, personagem da parábola contada por Jesus no Evangelho de João 15:11-32.
Após receber a sua herança, tal jovem partiu de seu lar. De maneira irresponsável, gastou toda a herança que havia recebido (v.13). O tempo das “vacas gordas” para ele havia terminado. Teve de ir trabalhar em condições precárias. Assim, pôde perceber a gravidade da besteira que fizera (v.17). Os versículos 18 e 19 retratam bem do seu arrependimento. Diante do seu pai, ele desabafou: Pai, pequei contra o céu e diante de ti (v.21a).
Dá para duvidar de que este rapaz se arrependera, verdadeiramente? Obviamente, não. E nem devemos. O termo “arrependimento” se origina na palavra grega metanoeo, que significa mudança nas percepções, disposições e propósitos da mente. O arrependimento ocorre dentro de nós. Depois essa mudança produz os frutos do novo comportamento.[1] O jovem perdido se arrependeu. Ele passou por uma mudança de mente, e retornou, decididamente à casa do pai. A sua mudança de mente o impulsionou à mudança de atitudes.
Arrependimento é necessário e a sua mensagem, oportuna. É para hoje, é para nós, é para o mundo! Ao dizermos “Pai, pequei contra o céu e contra ti”, admitimos a nossa falha diante de Deus. A confissão arrependida é também um meio de nos prostrarmos aos pés do Pai celestial. O jovem da parábola abandonou a casa de seu pai para viver dissolutamente. Este foi o pecado dele. E o nosso pecado, qual será? Não importa, se estivermos dispostos ao arrependimento. E esta é, sem dúvida, a vontade de Jesus em relação a nós: Arrependam-se, pois o Reino dos céus está próximo. (Mt 4:17)

Ms. Jailton Sousa Silva
  


[1] PIPER, John. O que Jesus espera de seus seguidores: mandamentos de Jesus ao mundo. São Paulo: Editora Vida, 2008, pp. 40, 41.