quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Eu te darei alívio!

Estamos praticamente vivendo os últimos dias do ano de 2011. Isso é, até certo ponto, um privilégio. Há aqueles que começaram bem o ano, mas não podem dizer o mesmo em relação ao seu término. Talvez você seja um exemplo disso. No início você tinha um bom emprego, mas agora se encontra desempregado; o casamento estava bem, mas desmoronou; as notas da faculdade caíram; faltou dinheiro para pagar a hipoteca; o seu bom filho ou filha se envolveu com quem não deveria; você resolveu “cair fora” da igreja.
Se você está preso a alguma dessas situações ou em outra semelhante, certamente deverá estar cansado. O seu ânimo e a sua estima podem estar em baixa. Nessas horas um desabafo ajuda, mas quem o compreenderá? Porventura compreenderíamos o desabafo de Marta: “...se estiveras aqui, não teria morrido meu irmão”?[1] Entenderíamos o clamor do condenado crucificado: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?[2] Nem sempre temos a resposta para perguntas desse porte. Isso porque as mesmas advêm do profundo do coração humano, o qual só Jesus pode perscrutar. Logo, sem medo de estar equivocados, podemos afirmar: “Cristo nos entende! Ele nos conhece mais do que nós mesmos o poderíamos!”
Por nos conhecer e se importar com a nossa alma aflita é que ele nos oferece alívio. As suas palavras são animadoras: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei” (Mt 11:28). Que atitude linda! Que palavra poderosa! Quanta autoridade! O nosso Senhor diz: “eu vos aliviarei!”. As pessoas olharão para você e observarão o seu semblante abatido. Elas notarão o seu coração afadigado pelas pressões do dia a dia. Então, poderão apenas lhe oferecer um presente qualquer e dizer: “Que você tenha um feliz ano novo”. Nada, além disso. Mas nada mudará e o rancor continuará a dominá-lo, a tristeza não será afugentada, o medo não se ausentará, e mais uma vez, você correrá o risco de não ter um feliz ano novo.
Portanto, reflita sobre o que se passou, mas pare um pouco e escute a voz do Mestre: “Venha a mim; eu te dou alívio”. Faça como fez Marta, que chamou a Jesus por ocasião da morte de seu irmão Lázaro, e viu a glória de Deus. Imite a Jairo que confiou no filho do carpinteiro de Narazé e não se decepcionou. Coma do pão da vida e não tenha mais fome (Jo 6:35). Dê a preferência da sua vida para Jesus! Tenha um encontro ou um reencontro com ele e viva (Jo 3:16). Lembre-se: Nos braços de Cristo encontramos o alívio que só ele nos pode oferecer. Que ele o abençoe!

Mis. Jailton Sousa Silva



[1] João 11:21
[2] Mt 27:46

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Sermões do DEC | Deus se importa

MAIS CONSCIÊNCIA DO CARÁTER E DA COMPAIXÃO DE DEUS

Isaías 6:2-7:
2-Serafins estavam por cima dele; cada um tinha seis asas: com duas cobria o rosto, com duas cobria os seus pés e com duas voava.
3-E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória.
4-As bases do limiar se moveram à voz do que clamava, e a casa se encheu de fumaça.
5-Então, disse eu: ai de mim! Estou perdido! Porque sou um homem de lábios impuros, habito no meio de um povo de impuros lábios, e os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos!
6-Então, um dos serafins voou para mim, trazendo na mão uma brasa viva, que tirara do altar com uma tenaz;
7-com a brasa tocou a minha boca e disse: Eis que ela tocou os teus lábios; a tua iniqüidade foi tirada, e perdoado, o teu pecado.

 Introdução:Aflições e conhecimento de Deus estão muito próximos um do outro. As provações tem uma habilidade incrível de fazer com que conheçamos a Deus.
Ao mesmo tempo em que a dor tem o seu lado negativo, ela faz com que a nossa fé cresça e se torne mais substancial. Muitas vezes, Deus se manifesta a nós utilizando-se das circunstâncias difíceis pelas quais passamos.

As aflições são fundamentais no processo de crescimento espiritual. As aflições nos tornam mais sensíveis para perceber e entender um pouco não só do caráter, mas também, da compaixão de Deus.

O jovem Isaías é prova disso! Ele pensava que conhecia a Deus. Mas foi na bigorna da dor que, realmente, ele o conheceu!

Todo o conhecimento que ele possuía a respeito de Deus era sem profundidade. Mas foi no momento mais complicado de sua vida que ele pôde dizer: meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos!

 Agora ele podia dizer como disse Jó: Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te vêem.

A compreensão de Isaías sobre as coisas e a pessoa de Deus era confusa e superficial. Mas passou a ser clara e profunda.

Para termos consciência do caráter e da compaixão de Deus não podemos ficar viciados a uma comunhão superficial com o Criador.
É preciso mais, muito mais! É necessário experiência! É necessário que nos coloquemos como barros nas mãos do Oleiro a fim de que ele nos amasse e nos molde, conforme a sua vontade!

Com base na experiência de Isaías, descrita no capítulo 6, versículos 2-7, de seu livro, podemos aprender duas importantes lições.

Vamos à primeira:

Em meio às aflições, o caráter de Deus pode ser conhecido.

Observe, por gentileza, o versículo 3 novamente: E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória.

Há momentos em nossa vida, que são inesquecíveis. Ao longo de nossa existência, nos deparamos com situações que nos deixam perplexos, maravilhados, atordoados. São momentos inapagáveis da memória!


Isaías passou por algo semelhante. Aquele atribulado jovem viu algo admirável! Descrevendo o que viu, é como se ele não soubesse se estava no céu ou se o céu havia descido.

Teve dificuldade em expor a sua visão. As mais lindas e articuladas palavras do mundo seriam insuficientes para descrever aquela cena. Eram coisas inefáveis, indizíveis!

Ele contemplou o Rei do Universo em seu trono, cercado por poderosos serafins. Seres celestiais que tinham seis asas cada um.[1] Estes formavam um grande coral e cantavam: “Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos, toda terra está cheia da sua glória” (Is 6:2-3).
Isaías teve uma visão da santidade de Deus. Você consegue imaginar o que é isso? A santidade daquele que é totalmente santo era tão gloriosa, fulgente e indescritível que até mesmo os serafins cobriam o rosto, pois não ousavam olhar diretamente para ela. [2]

Meditemos um pouco sobre a santidade de Deus. Na Bíblia há duas idéias básicas sobre ela: A primeira idéia é a da santidade absoluta de Deus.

Isso significa que ele é absolutamente santo porque “está totalmente separado de toda a criação”,[3] e exaltado acima de sua obra, subsistindo em majestade e grandeza infinita.[4]

Ex 15:11 diz: Quem entre os deuses é semelhante a ti, Senhor? Quem é semelhante a ti? Majestoso em santidade, terrível em feitos gloriosos, autor de maravilhas? (Ex 15:11 NVI).

O Senhor é o único totalmente santo! E Isaías teve o privilégio de ver isso. Ele viu Deus em seu esplendor, cercado por seres celestes que entoavam um som magnífico. Esses seres enalteciam o Todo-Poderoso por sua perfeita santidade.

Quase oito séculos depois de Isaías, foi o apóstolo João que teve uma visão parecida em Ap 4:8. Ele Viu quatro seres viventes aclamando: Santo, santo, santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso.

Entenda: o caráter santo de Deus é conhecido no Antigo e no Novo Testamento!

O Deus do Antigo Testamento é santo, santo, santo; o Deus do Novo Testamento é santo, santo, santo. Deus é o mesmo. Ele não muda! Aquele que está assentado no alto e sublime trono é e sempre será o Deus santo.

A segunda idéia básica sobre a santidade do Senhor na Bíblia é a santidade ética de Deus. Esta é a expressão de sua perfeita pureza ou bondade.
Deus jamais é atingido ou manchado pelo mal moral ou pelo pecado presente no mundo. O Senhor nunca pratica o mal e nem é tentado por ele. Ele nunca falha; não pode enganar, mentir ou deixar de cumprir o que prometeu;

Deus não pode praticar qualquer ato que contrarie seu caráter, porque ele é moralmente perfeito. Sobre a pessoa de Deus, disse Habacuque no capítulo 1, versículo 13, de seu livro: Teus olhos são tão puros que não suportam ver o mal; não podes tolerar a maldade.

O nosso DEUS É DIFERENTE

Ele é completamente diferente dos deuses de outras religiões. Esses deuses geralmente estão ligados aos mesmos tipos de atos perversos e impuros de seus seguidores.
Mas o nosso Senhor não é assim! Não há sujeira no caráter dele. Não há corrupção no caráter dele. Não há impureza no caráter dele.

Não há maldade no caráter do Senhor. Ele é absolutamente limpo, puro e santo. Deus é justo e age de acordo com os padrões perfeitos da lei que ele mesmo estabeleceu.

Em nosso Deus podemos confiar! Ele é honesto em tudo que faz[5]. E falando nisso, Deus não se agrada dos desonestos.

Infelizmente, muitas vezes prometemos aquilo que não podemos cumprir. Há muitos crentes com o nome sujo na praça; compram e não pagam. Há muitos cristãos imorais e amorais. Por culpa destes, o nome de Cristo está sendo escandalizado no mundo.

 Há muitos que se dizem cristãos, mas não demonstram isso na prática. Muitos vendem o próprio corpo e a própria consciência ao diabo, e negociam o evangelho como se este estivesse à venda. Isso é abominável aos olhos do Deus Santo.

É tempo de imitarmos o Deus a quem servimos. Esse Deus não pode ser corrompido. Não é manipulável. Não aceita suborno. Não é imoral nem amoral. Não tolera injustiça. Não faz acepção. Nem é complacente com o pecado. Pois não abre exceção e nem faz concessão a ele.[6]

 O Senhor nosso Deus cumpre o que promete. Ele honra os seus compromissos e não comete vacilo. Foi dito a respeito dele em Nm 23:19: Deus não é homem para que minta, nem filho de homem para que se arrependa. Acaso ele fala, e deixa de agir? Acaso promete, e deixa de cumprir?

E a resposta é: Jamais!!!

O nosso Deus é exemplar.

O caráter perfeito de Deus é o padrão para nosso caráter e a motivação para vivermos uma vida santa[7]. Deus é nosso maior exemplo! O fundamento de toda moralidade provém da santidade dele.

O povo de Israel ouviu em Lv 11:45: Eu sou o Senhor que os tirou da terra do Egito para ser o seu Deus; por isso, sejam santos, porque eu sou santo.

O padrão continua o mesmo na nova aliança.  1 Pd 1:15, diz: Assim como é santo aquele que os chamou, sejam santos vocês também em tudo o que fizerem.

De uma ponta a outra, a Bíblia enfatiza a pureza do caráter de Deus. Ele é totalmente puro e santo!

Você que é servo e serva do Senhor, precisa saber disso: O seu pecado o ofende! Os pensamentos pecaminosos, atos ilícitos, atitudes desonestas e imorais, palavras sujas, mentiras e sentimentos impuros, insultam a Deus e impedem que você o agrade. Portanto, busque a santidade. Consagre-se. Leve Deus a sério. 

Vale à pena conhecer o caráter de Deus. Isaias é prova disso. Quando o homem vê e reconhece a santidade divina, teme e treme diante do Santo Deus. Porque conhecer quem é Deus nos leva a conhecer quem nós somos.

 Ao entender a santidade de Deus, Isaías teve consciência de sua própria impureza e miséria. Até ali, ele era um crente superficial e medíocre, mas, a partir daquele dia, Isaías passou a avançar no processo de santificação.

Em meio às aflições, o caráter de Deus pode ser conhecido. Esta é a primeira importante lição. Vamos, portanto à segunda e última:

           
Em meio às aflições a compaixão de Deus pode ser dispensada.

 Observe, por favor, os versículos 6-7: Então, um dos serafins voou para mim, trazendo na mão uma brasa viva, que tirara do altar com uma tenaz; com a brasa tocou a minha boca e disse: Eis que ela tocou os teus lábios; a tua iniqüidade foi tirada, e perdoado, o teu pecado.


            Quando dizemos que a compaixão de Deus é dispensável, nos referimos à sua distribuição, doação.

            Enxergar a compaixão de Deus em meio às aflições não é tão fácil quanto gostaríamos que fosse. Mas também não é impossível.

 Na verdade, deveríamos, sem hesitação, imitar o salmista, que, em meio à aflição da perseguição, reconheceu no Salmo 86:15: ... tu, Senhor, és Deus compassivo e cheio de graça, paciente e grande em misericórdia e em verdade.

 Contudo, as reações de cada pessoa nem sempre levam a essa atitude. Há aquelas que reagem mal e ignoram ou não percebem a compaixão de Deus, nos momentos ruins da vida.

            Um exemplo muito nítido disso é o profeta Isaías. A princípio, ele reagiu como muitos de nós, provavelmente, reagiríamos, se nos deparássemos com o glorioso Senhor, que estava assentado sobre um alto e sublime trono.

No versículo 5, ele mesmo confessa: Então, disse eu: ai de mim! Estou perdido!
É possível imaginar a agonia de Isaías. É como se ele dissesse: “chegou a minha hora! Vou morrer porque sou um pecador”.

Por não enxergar a compaixão de Deus, muitos declaram: Não há solução para o meu pecado! Eu pequei na área financeira e não há mais solução para mim! Eu furtei a minha empresa, eu roubei a Deus, fui desonesto, mereço a morte!!!
Eu pequei na área sexual! Eu traí o meu cônjuge, fui infiel a ele, mereço ser apedrejado. Não há mais saída para mim e não há mais perdão para o meu pecado.

Eu forniquei, eu roubei, eu matei, eu fui maledicente. Vou morrer!!! Só me resta juízo!!!

É assim que falamos quando não enxergamos compaixão de Deus. Por isso Isaías falou: Ai de mim! Estou perdido!

             Observando esse texto, será que é possível perceber, em Isaías, esperança na compaixão de Deus? Claro que não! Isaías esperava castigo, juízo, dor e morte. Ele esperava qualquer outra coisa, menos compaixão.

Mas entenda uma coisa: O fato de Isaías não ter enxergado a compaixão divina, não significa que ela não estava ali. Pelo contrário, esta não somente estava ali, como também contribuiu para uma enorme mudança na vida do profeta.

O fato de não enxergarmos, muitas vezes, a compaixão de Deus na hora da crise, não significa que ela não está ali. 

            Quando não enxergamos essa compaixão nas situações adversas, tendemos a olhar para Deus de maneira negativa. Visualizamos um Deus tirano e pobre de amor, cujo intento é castigar, não perdoar.

            Essa visão sobre a pessoa de Deus é errada, equivocada, mesquinha, pobre e ignorante!

Na Bíblia, alguns termos traduzem a palavra compaixão no sentido de poupar, ter piedade e misericórdia. Isaías não morreu, mesmo tendo lábios impuros, porque a compaixão de Deus o poupou.

Você não morreu, mesmo tendo lábios impuros, coração impuro, mãos impuras, olhos impuros, porque a compaixão de Deus te poupou!

            Quem foi Isaías? Sabemos que ele foi um eficiente profeta de Deus e pertencia à família real. Há ainda a possibilidade de ele ter sido um sacerdote.

Pois bem, tendo Isaías tais qualificações, o que as pessoas poderiam esperar dele? Sem dúvida, um caráter íntegro, lábios puros.

São qualidades assim que esperamos encontrar naqueles que nos representam espiritualmente e até mesmo politicamente.
Mas diante de Deus Isaías disse: Ai de mim! Estou perdido! Porque sou um homem de lábios impuros.
Muitos, ao se depararem com estas palavras, diriam: “Que decepção! Isaías caiu no meu conceito!”.
            Nos juntemos e lancemos pedras nele até que morra! Joguemos esse herege na cova de leões! Queimemo-lo na fornalha mais ardente que tivermos!
           
            Sim, ele poderia cair no conceito de muitos, mas não no de Deus.

Quem confessa sinceramente os seus pecados ao Senhor, agrada-o. A confissão de Isaías é real. Ele, de fato, se achava indigno de estar na presença do Rei dos reis. Isaías não era tão santo quanto os serafins que ele visualizara. Ele tinha lábios impuros porque o seu coração era impuro.  

Mas Isaías não estava na presença de um Deus ditador. Ele não estava contemplando a um Deus egoísta, que se importa com sacrifícios e ignora a misericórdia.

Isaías estava na presença do Deus que dispensa compaixão; do Deus que se importa com gente, com ser humano!

Eu estou falando do Deus que se importa comigo! Que se importa contigo meu amado!
O nosso Deus não é igual a Moloque que recebia crianças vivas em suas mãos de ferro, ardendo em brasa.

O Deus de Isaías é o Deus que se importa! O nosso Deus é o Deus que se importa! Ele age em nosso favor!
           
            O versículo 6a do capítulo 6 de Isaías, diz: Então, um dos serafins voou para mim. Esse pequeno trecho, por mais curto que seja e por mais despercebido que passe, muitas vezes, aos nossos olhos, diz-nos muita coisa. Entenda: tudo o que foi escrito, para o nosso ensino foi escrito.

            Considere um fato essencial do texto: um serafim voou ao encontro de Isaías.
Alguém poderia afirmar que a atitude de aproximar-se de Isaías não foi diretamente de Deus, mas do serafim.
Mas a verdade é que nenhum ser angelical está acima do Criador. Todos são submissos a Deus e cumprem as suas ordens. Portanto, embora não esteja explícito no texto, certamente, o serafim foi ao encontro do profeta, por ordem de Deus.
Em outras palavras, Deus tomou a atitude de se aproximar de Isaías.

            Deus não se esconde do ser humano, quando este está passando no meio de uma tempestade de dor.

            Na hora do perigo, batemos de porta em porta em busca de socorro, e elas se fecham agressivamente em cara. Mas Deus não fecha a porta para nós.

Deus não foge de nós, como alguém que se afasta de um leproso para não ser contaminado. Deus se compadece e tem prazer em mudar a nossa situação.

Eu não sei em que situação você veio a esta assembléia. Pode ser que você esteja com o coração em pedaços e com a sua vida espiritual toda bagunçada.

Se é esta a sua condição, acredite: Deus não vai fechar a porta pra você. Ele pode mudar a sua situação para melhor!

Isaías era um homem aflito por causa de seus pecados, um ser humano que se achava indigno de estar na presença do Deus santo. Mas o Senhor veio ao seu encontro.

É o encontro espetacular do ilimitado com o limitado, do Criador com a sua criatura. Por ser Deus de compaixão, ele se importa com a santificação e com a salvação dos seus filhos.

Deus nos trata de modo incomum.

            O serafim não foi ao encontro de Isaías com as “mãos vazias”. Isaías viu o serafim indo ao seu encontro, levando na mão uma brasa viva, que tirara do altar com uma tenaz.

Se já não soubéssemos o conteúdo do versículo 7, ficaríamos por demais curiosos para saber a finalidade daquela brasa ardente.

Uma curiosidade revestida de uma dose considerável de medo deve ter mexido com a mente do profeta. Mal sabia ele que o tratamento divino para a sua alma estava a caminho.

            Mas Deus não tinha em mente um tratamento comum para Isaías. O Senhor poderia ter usado as mesmas palavras proferidas por Cristo a um paralítico: Estão perdoados os teus pecados.

Isso mesmo, com apenas algumas palavras, Deus poderia tratar aquele pecador; o pecado seria expurgado de seu corpo e ele se tornaria uma nova criatura. Mas não. Deus queria tratá-lo de outro modo.

O seu tratamento pode ser o mesmo para algumas pessoas, mas não para todas. Então, Isaías declara: ... com a brasa tocou a minha boca

            Que tratamento doloroso! Que aflição! Os lábios de Isaías devem ter ardido de dor!

Onde estava a compaixão divina?- ele poderia perguntar!

Talvez não seja tão fácil enxergar a compaixão do Senhor na rigidez de como ele, às vezes, nos trata, mas é possível enxergá-la no propósito de seu tratamento.

Deus quer nos curar! Ele lida com os nossos pecados de modo firme. Nem sempre gostamos ou aprovamos a forma de como ele trabalha em nós, mas precisamos aceitá-la, porque os métodos dele são sempre eficazes em nosso benefício.

            O resultado da confissão de Isaías e do tratamento produzido pelo Senhor não poderiam ter sido melhores: Perdão. Este era o propósito de Deus para Isaías.

Este é o propósito dele para nós também. Após tê-lo tocado com a brasa, o serafim disse-lhe no v.7: Eis que ela tocou os teus lábios; a tua iniqüidade foi tirada, e perdoado, o teu pecado.

É possível imaginarmos a alegria de Isaías! Nesse versículo, percebemos, de modo ainda mais nítido, a compaixão de Deus.
            Essa experiência foi fundamental na vida do profeta. Ela marca um recomeço de vida para ele.

Antes, a sua iniquidade o havia impedido de alguns privilégios espirituais, pois, de que forma poderiam os lábios impuros repetir o hino angélico?

Mas agora tudo mudou! Deus o perdoou e renovou as suas forças! Ele se tornou alvo da compaixão do Senhor!

            Há coisas que o ser humano pode fazer por si mesmo, mas há outras que somente Deus pode fazer por ele. Isaías sabia disso muito bem. Ele era ciente de que era o fogo de Deus que purificava.

A nossa restauração não está alicerçada em obra humana, mas divina. Por ser compassivo, Deus aceita a confissão de um pecador, importa-se com ele e trata as suas feridas espirituais.

Por ser compassivo, Deus restaura pessoas anêmicas espirituais e pastores em crise ministerial.

Por ser compassivo, Deus restaurou Isaías. A compaixão divina é atual e vale para nós, também. Portanto, em meio às aflições, a compaixão de Deus pode ser dispensada!

Chegamos à conclusão desta mensagem. Mais consciência do caráter e da compaixão de Deus é a nossa proposta para hoje.

O caráter de Deus pode ser conhecido! Deus é santo, justo, honesto. Ele hoje não nos trouxe aqui por acaso. Quando se tem consciência de que Deus é essencialmente santo, não resta fazermos outra coisa a não ser imitá-lo.

Se nas aflições tivermos mais consciência do caráter de nosso Deus, nas aflições não aceitaremos suborno contra o inocente,
não nos apossaremos daquilo que não nos pertence,
não falaremos palavras torpes,
não usaremos de má fé para com as pessoas e não ludibriaremos os incautos! Pelo contrário, agiremos com honestidade e justiça.

Deus é o nosso espelho, o nosso modelo!

A compaixão de Deus pode ser dispensada. Deus é compassivo, misericordioso e bom.

Se nas aflições tivermos mais consciência da compaixão de Deus, nas aflições também entenderemos que não estamos sós,
que somos aceitos por Cristo,
que o nosso Deus nos ama,
que ele não nos joga fora, apesar do pecado que outrora cometemos.

Quando se tem consciência da compaixão de Deus, não há como não se constranger com o seu amor e não ser impulsionado a usar de compaixão para com o pecador em volta.

Tenha mais consciência do caráter e da compaixão de Deus, e tenha uma vida voltada para a glória dele! Amém!

 Obs:  Este sermão é uma adaptação realizada por Jailton Sousa Silva, do conteúdo do livro "AS DÁDIVAS DAS AFLIÇÕES: o resultado do sofrimento na santificação", o qual foi produzido pelo DEC (Departamento de Educação Cristã) da IAP.




[1] Grudem (1999:335). 
[2] Champlin (2000:2807).
[3] Erickson (1997:118).
[4] Berkhof (2007:71).
[5] Erickson (1997:119).
[6] Lopes (1999:43).
[7] Erickson (1997:119).

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Aspectos de uma carta de amor

Que a paz de Cristo esteja com você, querido internauta. Hoje abordaremos o tema: Aspectos de uma carta de amor. Para isso, lhe convido a acompanhar a leitura de 1 João, capítulo 3, versículo 14, primeira parte, que diz:

 Sabemos que já passamos da morte para a vida porque amamos nossos irmãos.

 Certamente, todos nós gostamos de receber uma carta das pessoas que amamos. Em meio a tantos recursos tecnológicos, a velha carta não perdeu o seu charme. Diferentemente dos demais recursos, a carta escrita parece expressar melhor o sentimento de uma pessoa para com outra. É isso mesmo, uma carta de amor é o grito do coração na ponta de uma caneta; é um perfume para as narinas, uma arte para os olhos e uma canção para os ouvidos!
       A epístola de 1 João é uma carta endereçada a um povo amado por Deus. É uma verdadeira carta de amor. O capítulo 3, que é a base desse sermão, começa, continua e termina falando de amor. Porém, o amor aqui mencionado vai além de um romantismo barato, pois trata-se de um amor que tudo sofre e suporta.
Portanto, veremos três aspectos desta carta de amor, com base neste capítulo.

Em primeiro lugar,               
1.           em uma carta de amor, há uma certeza Incontestável                                                                                                
  O versículo 1, diz: Vejam como é grande o amor que o Pai nos concedeu: sermos chamados filhos de Deus, o que de fato somos!
     Qual é a certeza incontestável? Somos filhos de Deus!
João quer deixar isso bem claro aos destinatários da sua carta. A expressão filhos de Deus aparece quatro vezes neste capítulo. Duas no vers. 1; uma no vers.2 e no vers. 10.
      Hoje, os destinatários dessa carta somos nós. O Espírito Santo quer que entendamos, de uma vez por todas, que somos filhos Deus. Que somos diferentes! Que não mais nos deleitamos naquilo que é mal, porque somos filhos de um Deus que é bom.
       Não mais pertencemos ao mundo. É por isso que este não nos conhece. É por isso que o mundo nos odeia. Não fazemos parte da sua panelinha. Não pertencemos a ele. Os que são do mundo não seguem princípios divinos, não conseguem ser santos porque não são filhos de Deus, mas do Diabo. O mundo não conhece a Deus, mas nós o conhecemos. Sabemos que ele é justo, fiel, misericordioso, soberano, amoroso e que os anjos, querubins e serafins o adoram noite e dia e clamam com todo vigor dizendo: Santo, Santo, Santo é o Senhor!
       Nós somos filhos de Deus por adoção. Antes não passávamos de simples “criaturas”. Mas Deus, através do seu Filho Jesus, entrou no orfanato espiritual onde vivíamos, nos arrancou de lá e nos trouxe para a sua maravilhosa luz! Ele nos adotou como filho!
      Qual a razão de tudo isso? O amor do Pai. É isso que João fala no início do v.1: Vejam como é grande o amor que o Pai nos concedeu. Foi por amor que Deus enviou o seu Filho para ser morto. Foi por amor que Jesus se tornou homem. Que humilhação! Aos olhos dos Ateus, dos críticos e dos intelectuais desse mundo, é inadmissível Deus se tornar homem! Isso seria insano! Sem coerência! Como um ser ilimitado preferiria ser tão limitado a ponto de sentir dores, cansaço, fadiga, tristeza, medo e ainda experimentar a morte?
       O mundo pode pensar que o fato de Jesus morrer por nós, foi uma atitude insana. Mas nós sabemos que há uma explicação mais lógica: Amor. Ele nos amou de tal maneira! Nunca conseguiremos explicar a dimensão do amor de Cristo por nós, mas acredite: ele não tem fim!
 Querido internauta, por amor, não mais estamos órfãos. Por amor, não estamos sozinhos no mundo. Temos um abrigo, uma fortaleza, uma direção. Temos um Pai que nos ama mais do que tudo neste mundo! Esta é uma certeza incontestável: somos filhos de Deus!

Em segundo lugar,

2.    em uma carta de amor, há um alerta oportuno

       No versículo 9, na versão Almeida Revista e Atualizada, está escrito: Todo aquele que é nascido de Deus não vive na prática de pecado; pois o que permanece nele é a divina semente; ora, esse não pode viver pecando, porque é nascido de Deus.

Qual o alerta oportuno? Não vivam no pecado.
O capítulo 3 de 1 João é um inimigo declarado do pecado.
- No versículo 4, João diz que o pecado é a transgressão da lei.
- No versículo 5, ele afirma que em Deus não existe pecado, e que ele se manifestou para destruí-lo.
- No versículo 6, ele diz que quem está em Deus não vive pecando; e quem vive pecando, não conhece o Senhor.
- No versículo 8, ele fala duramente que, quem vive no pecado, procede do Diabo, pois este vive pecando.
- No versículo 9, ele afirma que os que são nascidos de Deus, não podem viver na prática do pecado.

Aqui, João está mostrando de qual lado ele está e deixa claro que ele odeia, com todas as suas forças, o pecado. O pecado é um veneno que mata, em fração de segundos, a nossa alma. Ele pode lançar, água a baixo, tudo o que conquistamos durante anos! É uma estrada para a morte, um acesso fácil para a perdição. O pecado nos dá riquezas, mas traz, junto com ela, choro, amargura, dor, perdas!
O pecado nos dá prazer, mas também nos dá uma enfermidade incurável e nos lança num poço de miséria. Para muitos o pecado torna-se um caminho sem volta, uma areia movediça, um campo minado.
João sabia disso. Ele sabia da desgraça que o pecado provoca numa família. Ele sabia dos danos que o pecado provoca na vida conjugal das pessoas.
Ele sabia que milhares de jovens seriam maquetes nas mãos do Diabo.
Quando o apóstolo afirma que o que é nascido de Deus não pode viver pecando, ele não está afirmando necessariamente que nós não pecamos. Todos somos pecadores e não há como negar esse fato.
Ele está dizendo que os que são nascidos de Deus têm forças para lutar contra o pecado, para dizer “não” as tentações do sexo antes do casamento, do adultério, da corrupção, da maledicência e da mentira! Não podemos evitar conviver em meio ao pecado, mas temos autoridade para não sermos dominados por ele.
      Tomemos cuidado com o pecado. Ele não é brincadeira. Ele pode parecer agravável aos olhos, mas é um assassino disfarçado de bom moço.
      Mas não desanimemo-nos. Nós podemos vencê-lo. Cristo venceu o pecado e por intermédio dele, podemos derrotá-lo porque maior é o que está em nós do que o que está no mundo! Podemos ser santos.

Em terceiro lugar,

3.    em uma carta de amor, há uma mensagem singular

O versículo 11, afirma: Esta é a mensagem que vocês ouviram desde o princípio: que nos amemos uns aos outros.  

     No capítulo 3 de 1 João, o amor é bem enfatizado. Não é a toa que João é conhecido como o discípulo do amor. Nos versículos 11-24, ele nos deixa uma mensagem singular: a mensagem do amor. 
    Qual a razão de João ser tão repetitivo em relação ao amor? É simples: ele não quer que os crentes esqueçam-se de amar. O amor deve ser uma lembrança viva em nossas mentes. Aqui, o amor é primordial. Não deve ser um mito ou uma teoria, mas uma prática constante. O amor não é opcional, mas uma ordem de Cristo. Foi ele quem disse: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo.
      Quem ama perdoa. Falaram mal de você, puxaram o seu tapete junto ao chefe, lhe acusaram injustamente de algo que você não fez, traíram a sua confiança, te abandonaram quando você mais precisou, te desprezaram quando gritou por socorro. Qual a sua atitude? Perdão. Perdoe a quem lhe agrediu e busque o perdão de quem você ofendeu. Quem perdoa e pede perdão, vence a Satanás.
     Quem ama ajuda. O versículo 17 diz que devemos dar comida aos famintos. O apóstolo do amor está nos sugerindo a generosidade para com os necessitados.
    João também diz que quem não ama, é homicida. O apóstolo deixa isso bem claro na primeira parte do versículo 15, que diz: Todo aquele que odeia a seu irmão é assassino. Se o ódio tomar conta do nosso coração, peçamos urgentemente a misericórdia de Deus sobre a nossa vida, porque alguma coisa está errada. Não pode haver rancor em nós! Se tivermos de odiar, odiemos o pecado, porém, os nossos irmãos, jamais!
     Se você está vivendo em meio a um relacionamento conturbado pelo ódio, pela agressão verbal, pela troca de “farpas”, mude a sua atitude e busque ao Deus de amor. Não busque a vingança, não seja como Caim que assassinou covardemente o seu irmão.
        Querido internauta, não mais somos deste mundo. Somos filhos de Deus. A nossa luta não é contra nós mesmos. A nossa guerra vai além da carne e do sangue, pois é contra as forças do mal.
   Não acusemos as pessoas sem motivos e sem provas concretas. Tenhamos o cuidado de não agredir ao próximo com palavras. Não fechemos a mão para o necessitado. Amemo-nos uns aos outros!
      Amemo-nos uns aos outros sem nos importar com as aparências e sem nos importar com as condições. Amemo-nos uns aos outros porque o nosso maior exemplo de amor é Cristo. Amemo-nos uns aos outros porque ele nos ensinou a amar. Amemo-nos uns aos outros porque somos frutos do amor, sublime amor de Deus.

Chegamos à conclusão deste sermão.
Que esta carta de amor, escrita por João, lhe ajude na certeza de que você é filho e filha de Deus. Ele cuida de você. Ele protege você, pois é o seu Pai.

Que esta carta de amor, lhe ajude a entender o alerta de Deus sobre o pecado. Cuidado com ele. Brincar com pecado é brincar com fogo, e quem brinca com fogo pode se queimar e se ferir. Não brinque, lute contra ele.

Que esta carta de amor lhe ajude a amar mais. Amar sem preconceitos. Deus é amor.

Que o Senhor o abençoe. Amém.

Miss. Jailton Sousa Silva

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

20 08 2011 Ms Jailton Sousa

Quem sou

Olá! Eu me chamo Jailton Sousa Silva. Sou Missionário e sirvo a Deus na igreja Adventista da Promessa. Atualmente estou fazendo graduação na Escola Superior de Teologia Mackenzie, mas também cursei o seminário na denominação a qual pertenço, na turma de 2005-2006. Meu objetivo por meio deste blog é compartilhar um pouco daquilo que aprendi. O meu desejo, portanto, é que você não deixe de acessá-lo. Seja sempre bem vindo e muito obrigado por sua preciosa visita! 

Contatos

Opiniões, sugestões, dúvidas ou críticas, entre em contato nos endereços abaixo:

E-mail 1: jailton_ja@hotmail.com


E-mail 2: jailtoniap@gmail.com

Opinião

Em breve estaremos inaugurando este espaço.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Igreja, casa de oração

A igreja é formada de crianças, adolescentes, jovens, adultos e anciãos. Todos estes compõem o corpo de Cristo (1 Co 12:27). A igreja é uma comunidade singular e está alicerçada neste (Ef 2:20). É a Jesus que a igreja pertence. Ele disse: ...edificarei a minha igreja (Mt 16:18). Além disso, a igreja é invencível, pois as portas do inferno não prevalecerão contra ela (v.18).
Mesmo sendo privilegiada por tais características, a igreja não é uma comunidade perfeita. Ela é, sem dúvida, amada por Deus, contudo, é formada de homens e mulheres pecadores (1 Jo 1:8). O cabeça da igreja, a saber, Cristo, é perfeito, mas o corpo (a igreja) ainda está caminhando rumo à perfeição. Assim sendo, precisamos aceitar o fato de que dentro das paredes de nosso templo há pessoas diferentes entre si, com os mais diversos problemas. São dificuldades de ordem financeira, sentimental, profissional, relacional, espiritual etc. Quem não tem problemas nessa vida? Ninguém, suponho. Logo, as dificuldades que temos na igreja em que congregamos, podem estar presentes, também, em qualquer outra. Afinal, o corpo é imperfeito.
As adversidades, contudo, não podem nos estimular à fuga. Esta não é a saída eficaz. Ficar em casa remoendo as mágoas, chorando o leite derramado, deixando-se influenciar pela ansiedade e pela ociosidade ao invés de estar na casa de Deus adorando-lhe nos cultos, é um erro grave, pois é uma forma covarde de se esquivar de carregar a cruz conforme Cristo ordenou (Lc 9:23). Por isso, venho motivar-lhe a estar na casa de Deus, no seu templo, a buscar-lhe em oração. Como o próprio Jesus disse, a minha casa será chamada casa de oração (Mt 21:13).
Não pense que a oração é apenas um elemento litúrgico da igreja. Ela é muito mais do que isso. Quando a igreja recebeu o batismo com Espírito Santo pela primeira vez, ela havia orado de modo perseverante (At 1:14). Para os apóstolos, por exemplo, a oração era uma prioridade (6:4). Eles oravam porque acreditavam que o poder de Deus é suficiente para realizar aquilo que é impossível aos seres humanos (9:40). Portanto, não deixe de estar na casa de Deus. Não se esquive da oração. Orar é avançar em direção à presença do Pai! É buscar em Deus, refrigério para a nossa vida.

Em Cristo,

Ms. Jailton Sousa Silva 

terça-feira, 1 de novembro de 2011

A Eficácia da Palavra




Que a paz de Jesus Cristo seja sobre a sua vida. O tema que abordaremos hoje será: A eficácia da Palavra.
Para isso, lhe convido a acompanhar a leitura do texto de Hebreus 4:12, que diz:

Pois a Palavra de Deus é viva e eficaz, e mais afiada que qualquer espada de dois gumes; ela penetra até o ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e julga os pensamentos e intenções do coração.

A Bíblia, a Palavra de Deus, é a bússola da nossa vida. Ignorá-la significa regredir na santificação, pois é impossível trilharmos os caminhos da mesma quando não conhecemos a Deus nem a sua vontade. O alerta de Jesus quanto a isso é coerente quando ele diz em Mateus 22:29: Errais, não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus. A ignorância espiritual é um grave problema de nossos dias. Ela tem patrocinado o fracasso de homens e mulheres e os têm feito perder a fé, naquele que por todos morreu, Cristo. Por mais triste que seja, temos de alertar: uma vida sem a Palavra é um retrocesso. Uma igreja sem zelo bíblico está fadada ao fracasso.

Por que a Palavra de Deus é eficaz?

Porque, em primeiro lugar, 

Ela nos ajuda a vencer o maligno.

  A leitura da Bíblia e a prática dos seus ensinos são extremamente vitais à nossa santificação. Quer um exemplo? Cristo. Isso mesmo, Cristo é o maior exemplo de conhecimento e submissão à Palavra que temos. Embora não precisasse “crescer” na santificação, visto não ser ele pecador, nos ensinou, por seu exemplo, fazê-lo. Assim ele agiu quando confrontou e venceu o diabo no deserto, após ter jejuado quarenta dias e quarenta noites. A tentação, por mais forte que possa parecer, pode ser vencida! Mas como isso deve ser feito? Observemos, atentamente, o exemplo de Jesus.
Quando ele foi desafiado a transformar pedras em pães, a sua resposta ao tentador foi direta em Mateus cap. 4, versículo 4, que diz: ...Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus. Observe a expressão “está escrito”. Cristo a usou de modo contínuo em seus argumentos. Ele disse mais adiante no versículo 7: Também está escrito: não tentarás o Senhor teu Deus; e por fim, disparou o golpe fatal sobre o deus deste século no versículo 10: Vai-te Satanás,  porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás. Cada argumento reflete o seu temor ao Pai.
Você percebeu o instrumento utilizado por Jesus na sua vitória contra o mal? Ele é o nosso exemplo. Por que ele fez questão de usar a expressão “está escrito”? Para que pudéssemos imitá-lo, utilizando-a em situações semelhantes. Ele sempre soube que um dia travaríamos as nossas próprias batalhas. Naquela ocasião, Cristo se deparou com o tentador e com a tentação, mas a nossa vez de ser tentados e provados ainda estava por vir. Era apenas uma questão de tempo. Este tempo, finalmente, chegou. Entramos no processo de santificação. Este processo envolve percepção, convicção e preparo. Nele, inevitavelmente, somos confrontados pelas mais adversas situações.
            Haverá momentos em que no deserto da sua vida financeira, surgirão conselhos e oportunidades motivando-o se apossar daquilo que não é seu ou adquirir o sucesso por meios “fáceis”. No deserto da sua vida sentimental, surgirão homens e mulheres “estranhos” a fim de seduzi-lo a compartilhar os “prazeres” do sexo ilícito; No deserto da sua vida intelectual, surgirão idéias heréticas que lhe tentarão a abandonar a verdade e os princípios ensinados na palavra. O que fazer nesses momentos? Como vencer tais lutas? Pense nas palavras de Jesus: está escrito! Combata o mal com a palavra, pois ela é luz para o nosso caminho! Faça somente o que for favorável a ela.
            Nessas horas, o apego diário à Bíblia, conta muito. Aqueles que se apegam a ela usufruirão de resultados compensadores. O salmista se mostra tão apegado à esta “iguaria” do céu que chega a declarar no Salmo 119:31: Apego-me aos teus testemunhos. No versículo 74 ele afirma: tenho esperado na tua palavra. E no versículo 127, ele observa: amo os teus mandamentos mais do que o ouro. Veja que para o salmista, examinar as Escrituras, não é um fardo, mas uma atitude mais que prazerosa. É a palavra que mata a sua fome e lhe traz entusiasmo para viver esperançosamente.

              Em segundo lugar, a Palavra é eficaz porque 

               Nos conduz ao íntimo relacionamento com o Pai.

            O nosso relacionamento com a Bíblia deve ser o mais íntimo possível. Isso significa que devemos abri-la, folheá-la, esquadrinhá-la, em busca da verdade. Infelizmente, a nossa sociedade não tem um hábito muito eficaz de leitura. Mas o hábito do cristão em relação à leitura da Bíblia deve ser diferente.
O salmista escreve no Salmo 42:1: Como suspira a corça pelas correntes das águas, assim, por ti, ó Deus, suspira a minha alma. Quem busca ao Deus da palavra, ansiosamente busca a palavra de Deus. Seremos bem-aventurados se a ingerirmos, nos deleitarmos em seu sabor, não nos importando, todavia, se ele se apresentar amargo ao estômago ou doce como mel ao paladar (Ap 10:9). A Palavra é viva, eficaz e discerne os propósitos do coração humano.
Amado internauta, adote o hábito de ler a Bíblia. Não interessa se em voz alta ou em silêncio, apenas leia. Deus falará com você através dela. Afinal, ela não contém, mas é a Palavra dele. Os seus olhos se abrirão para os horizontes da vida. Você não se arrependerá se investir um tempo considerável no exame da Bíblia. Faça conforme o conselho do profeta Isaías, no cap 34, versículo 16, que diz: Buscai no livro do Senhor e lede. Medite e reflita dia e noite em cada frase e em cada palavra da Bíblia, pois quem assim age, é como àrvore plantada à beira de águas correntes: dá fruto no tempo certo e suas folhas não murcham.  
A Bíblia é o mapa que nos conduz ao relacionamento mais profundo com Deus. É remédio que alivia a dor e cura a alma. Por isso, a palavra de Deus deve ser inculcada aos filhos em todo o tempo e em todo lugar. Deve ser um exercício da memória. Falando nisso, lembramos: A Bíblia é a palavra de Deus e palavra de Deus é coisa séria! Quem a examina com intuito de adquirir conhecimento, defender um ponto de vista, preparar um sermão ou, simplesmente buscar a Deus por meio das sagradas letras, deve fazê-lo com muita responsabilidade. Tenha muito cuidado para não distorcer o real sentido da revelação divina!
            Erramos quando não levamos isso em consideração. A palavra não é superficial, mas profunda. Ela é leite para a criança, mas também, alimento sólido para o adulto. É muito perigoso estudarmos a Bíblia pela ótica míope e infundada das tradições humanas. Faça melhor, ore antes. Peça ao Senhor que lhe dê humildade suficiente para não querer que a Palavra se curve a você. Mas que aconteça o contrário. Se o seu ensino, seja ele qual for, lhe conduzirá a uma vida de comunhão com Deus, obedeça-a. 

Para concluir esta reflexão, gostaria de dizer que a Palavra de Deus tem um grande propósito para nós. Este propósito deve ser também o nosso alvo pessoal. O propósito primordial da Bíblia não é científico, embora contenha fatos dessa natureza; não é intelectual, apesar de nos tornar sábios; não é literário, apesar de conter uma literatura esplêndida; também não é filosófico, embora revele “vestígios” da sabedoria de Deus. Ela ensina, repreende, corrige e instrui na justiça, tornando-nos aptos para toda a boa obra (2 Tm 3:16,17), porém, a salvação humana é o seu foco principal (2 Tm 3:15). Antes de qualquer coisa, a Bíblia é um livro de salvação! Portanto, vale a pena examiná-la e buscar, em suas palavras, crescimento espiritual. Acredite: a palavra jamais voltará vazia. Ela é capaz de produzir mudanças significativas em você!

Deus o abençoe, amém.

Ms. Jailton Sousa Silva