terça-feira, 28 de setembro de 2010

O preço da fidelidade

Acesse este devocional no site da FUMAP : http://www.fumap.com.br/2010/09/4407/

“E os três homens, vestidos com seus mantos, calções, turbantes e outras roupas, foram amarrados e atirados na fornalha extraordinariamente quente” (Dn 3:21).

O capítulo 3 do livro de Daniel contém um dos episódios mais lembrados do Antigo Testamento. Sadraque, Mesaque e Abede-Nego são os personagens mais notáveis da narrativa. Eles eram homens de muita inteligência e entendiam, com muita profundidade, a cultura e a ciência babilônica, apesar de serem judeus (1:17). Ainda jovens, eles foram levados cativos para Babilônia e logo nos primeiros dias de sua estada ali, não cederam à tentação de se contaminar com a comida e com a bebida do rei (vv.8-15). Mas é no capítulo em questão que estes bravos homens de Deus atravessam a adversidade mais cruel de suas vidas. É uma verdadeira “prova de fogo”.
Tudo começou quando o rei Nabucodonosor mandou fazer uma enorme estátua de ouro e decretou uma lei que exigia que todos os que ouvissem o som da trombeta, do pífaro, da cítara, da harpa, do saltério, da flauta dupla e de toda espécie de música, se prostrassem e adorassem a dita estátua (3:5). A punição para os desobedientes a tal lei era a morte na fornalha em chamas (v.6). Em contrapartida, os que se curvassem a ela tinham a garantia de uma vida aparentemente tranqüila. O problema, é que aquela lei feria um princípio insubstituível das Escrituras: Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo na terra. Não as adorarás, nem lhes darás culto (Êx 20: 4-5a).
Defender princípios bíblicos num mundo sem pudor não é tão simples quanto gostaríamos que fosse. Andar na contramão de uma sociedade egoísta, depravada, avarenta, pornográfica e violenta, é uma característica de poucos. Bem mais desanimador é o fato de que pouquíssimas pessoas estão dispostas a padecerem qualquer espécie de sofrimento para defenderem a fé que de uma vez por todas foi entregue aos santos (Jd 1:3). Ser fiel em meio a uma sociedade infiel ou honesto em meio à corrupção, falar a verdade quando a maioria profere mentiras, dizer “não” quando todos dizem “sim” ou dizer “sim” quando todos dizem “não”, exige um preço alto a ser pago.
Talvez não tivéssemos a ousadia de dizer “não” à lei do rei babilônico. É possível que, à semelhança do que fez a grande massa populacional da época, tivéssemos humildemente inclinado a nossa cabeça e, ajoelhados, adorado a um objeto produzido por mãos humanas e, consequentemente, traído o nosso Deus. Porém, Sadraque, Mesaque e Abede-Nego agiram diferente: …fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus deuses, nem adoraremos a imagem de ouro que levantaste (v.18). Se o rei lhes tivesse perguntado se estariam dispostos a pagar o preço por essa atitude corajosa (ou suicida, na visão de alguns), eles certamente diriam que sim! O preço da fidelidade, nesta situação, era a morte.
A pergunta que não quer calar é: “quem está disposto a pagar o preço da fidelidade?” Se esta pergunta fosse direcionada especificamente a você, qual seria a sua resposta? Os três personagens aqui citados foram condenados por declararem obediência ao Deus que serviam. Eles não escaparam da fornalha, mas na fornalha (vv.24-25)! Todos os soldados valentes que declaram fidelidade ao seu comandante, Cristo, serão por ele assistidos! Isso, todavia, não significa que os fiéis serão imunes ao preconceito, à dor, à resistência ou à morte. Sadraque, Mesaque e Abede-Nego foram livres na fornalha babilônica, mas Paulo não teve a mesma sorte na prisão romana (2 Tm 4:6).
Deus estará ao seu lado quando você rejeitar as idéias promíscuas dos ditos “amigos”; e quando você recusar participar das tramóias sugeridas pelos chefes da empresa; e quando você disser “não” às propostas sedutoras, cujo fim é o adultério e a fornicação; e quando você confrontar as convicções heréticas, as quais desnorteiam as mentes das pessoas da verdade do evangelho. Por causa da sua firme convicção na Palavra, você estará sujeito a sofrer perseguições. Mas seja fiel, pague o preço e Deus lhe honrará de modo tremendo!

Mis. Jailton Sousa Silva


quinta-feira, 23 de setembro de 2010

O que cremos

Nas escolas bíblicas do próximo trimestre (outubro a dezembro) temos um encontro marcado com os estudos da lição bíblica O que cremos: Nossas crenças ponto a ponto. Eis os pontos de fé a serem estudados:
1. Nós cremos: No Pai; no Filho; no Espírito Santo.
2. Nós cremos: Na Bíblia Sagrada; na criação do mundo; na criação do ser humano.
3. Nós cremos: Na queda e restauração do ser humano; em Jesus Cristo: Salvador e Mediador da humanidade; Na regeneração.
4. Nós cremos: Na conversão; na justificação; na adoção.
5. Nós cremos: Na santificação; na preservação; no batistmo no Espírito Santo.
6. Nós cremos: Nos dons espirituais; na oração e sua eficácia; na cura divina.
7. Nós cremos: No batismo por imersão; no lava-pés; na ceia do Senhor.
8. Nós cremos: Na sã doutrina; na abstinência; na temperança.
9. Nós cremos: Na lei dos dez mandamentos e sua vigência; no verdadeiro dia de descanço; na distinção das leis.
10. Nós cremos: Na manutenção da obra: dízimos e ofertas; na submissão às autoridades e liberdade de consciência; No casamento, no lar e na família.
11. Nós cremos: Na igreja de Cristo; na mortalidade da alma; no dia da morte e da ressurreição de Jesus.
12. Nós cremos: Na segunda vinda de Cristo; nas ressurreições; no milênio.
13. Nós cremos: No juízo final; na extinção do mal; na nova terra, lar dos remidos.

LIDANDO COM A AGRESSÃO


Sermão produzido pelo Departamento de Educação Cristã da IAP. Acesse-o clicando no link http://portaliap.com.br/departamentos_dec_projetos_especiais.php

Texto bíblico: 2 Samuel 16:5-13

INTRODUÇÃO: A paz do Senhor Jesus a todos vocês, irmãos e irmãs. Como já sabemos, ao final de cada trimestre, temos ouvido um sermão especial da série “Vidas que ensinam santidade”. Hoje, dentro desse mesmo projeto, vamos refletir um pouco sobre a vida de Davi, procurando extrair algumas lições dessa difícil experiência que ele vivenciou. Costumamos olhar para esse servo de Deus e vê-lo como um “super homem”, mas gostaria que você tentasse vê-lo como, de fato, ele era: uma pessoa de carne e osso, alguém que tinha emoções e que cometia erros. Alguém igual a mim e a você.
Quero convidá-lo, nesta manhã, a olhar para esse personagem real e procurar imitar as atitudes que o tornaram um homem segundo o coração de Deus. Nesse texto que acabamos de ler (2 Sm 16:5-13), há algo em Davi que deve ser imitado. Ele sofreu uma dupla agressão: foi verbal e fisicamente agredido. Se você estivesse na pele dele, o que faria? Ao contrário do que se espera, ele agiu de maneira paciente e sábia. Por isso, passou por aquela afronta e saiu do outro lado mais maduro e mais santo. Vamos aprender, nesta mensagem, que qualquer pessoa que tenha Deus em sua vida também pode agir assim, diante da agressão, e crescer espiritualmente.
Com Davi, veremos três princípios da palavra de Deus que nos ensinam o que fazer, quando somos agredidos. E o primeiro princípio é este:

1. AO LIDAR COM A AGRESSÃO, DOMINE A EMOÇÃO
O contexto dessa passagem bíblica é revelador. Davi estava vivendo um dos piores momentos de sua vida. Além dos muitos problemas em sua família, Absalão, seu filho, conspirou contra ele e tomou o seu trono. Esse jovem revoltado passou a reinar, e Davi teve de fugir, para salvar a própria vida. De uma hora para outra, deixou de ser um monarca amado e respeitado e tornou-se um fugitivo odiado e humilhado. Estava no fundo poço, mas bem no fundo mesmo! Foi nessa situação, corroído pela culpa, exausto, desanimado, que Davi se deparou com um indivíduo que apareceu do nada, para piorar ainda mais a sua tragédia.
Tudo aconteceu assim: Em sua fuga, Davi chegou à cidade de Baurim e, ali, experimentou algo inusitado. Um homem da família de Saul, chamado Simei, saiu ao encontro dele e começou a agredi-lo verbalmente. Em seguida, passou a jogar pedras nele (cf. 2 Sm 16:5-6). As ofensas eram mentirosas e duras demais. O homem gritava: Fora daqui, assassino, amaldiçoado! Você já está recebendo o castigo de Deus pela morte de Saul e sua família; você roubou o trono de Saul e agora seu filho Absalão o toma de você! Finalmente você está experimentando o seu próprio remédio, seu assassino! (2 Sm 16:7-8 - Bíblia Viva).
Esse Simei era um completo covarde, um indivíduo perverso e sem noção. É o tipo de pessoa capaz de chutar você, quando você está caído no chão. Você está lutando para se levantar e lá vem o Simei chutar você com toda força![1] Pessoas assim despertam o que há de pior em nós. Que teste para Davi! Ele poderia explodir de ira e descontar toda a sua frustração naquele infeliz; contudo, dominou a emoção e não reagiu. Você passaria nesse teste? Há pessoas que ficam estressadas com o trabalho, e, por pouca coisa, descontam esse estresse sobre a esposa ou o esposo, com ofensas terríveis. Às vezes, estamos com raiva da vida e despejamos nossa raiva em cima do balconista da loja ou do atendente de telemarketing, só porque disse algo que nos desagradou. Era o que o rei poderia ter feito; todavia, não o fez.
Além disso, enquanto o perverso Simei estava dizendo aquelas mentiras, apareceu um louco para aconselhar Davi. Leia o versículo 9: Então, Abisai, filho de Zeruia, disse ao rei: Por que o senhor permite que este cachorro morto o amaldiçoe? Deixe que eu vá lá e cortarei a cabeça dele. Que conselho terrível! Quantas vezes, em situações semelhantes, aparecem pessoas falando coisas parecidas: “Você vai deixar por isso mesmo?”; “Pode deixar comigo que eu resolvo isso para você”; “Reaja! Você tem seus direitos; não deixe que pisem em você”. Você já ouviu isso alguma vez?
Naquele momento, Davi poderia se ofender e revidar, ou, simplesmente, ignorar as ofensas. Observe o que ele fez, no versículo 10: Respondeu o rei: Que tenho eu convosco, filhos de Zeruia? Ora, deixai-o amaldiçoar. Veja que curioso: Zeruia era irmã de Davi. Ela teve três filhos: Abisai, Joabe e Asael (1 Cr 2:16). Os três eram “pavio curto” e resolviam tudo na base da violência. Infelizmente, entre o povo de Deus de hoje, existem pessoas assim, parecidas com os filhos de Zeruia. Estão sempre prontas para a briga e não levam desaforo para casa. Se esse é seu caso, você precisa mudar, pois assim agem os filhos de Zeruia, mas os filhos de Deus, que têm o Espírito Santo em suas vidas, devem agir de forma diferente. Cabe, aqui, uma observação: Esse ensino não deve ser usado como desculpa para impedir que as pessoas que sofreram agressões físicas ou verbais denunciem seus agressores. A violência deve ser denunciada e combatida! Principalmente, quando se trata de violência contra mulheres ou crianças.[2]
O que não podemos é revidar com outra agressão ou fazer justiça com as próprias mãos. Essa é a lição de Davi. Apesar de sua superioridade, ele não se vingou, nem respondeu aos insultos de Simei. Que lição magnífica de autocontrole! Ele tinha coração mole, mas a sua pele era grossa e capaz de amortecer as pedras e as ofensas lançadas contra ele.[3] Assim como Davi, não podemos ser sensíveis demais, a ponto de nos ofendermos com qualquer coisa, nem revidar a qualquer insulto. Se alguém lhe agride e você reage devolvendo uma agressão maior, você perde a razão e a batalha. É preciso aprender a dominar as emoções e as reações. Peça isso a Deus. “Qualquer um é capaz de revidar; mas só o cristão cheio do Espírito Santo pode sujeitar-se e deixar que Deus trave suas batalhas”.[4]
Quer lidar vitoriosamente com a agressão? O primeiro princípio que aprendemos é este: Domine a emoção, ou seja, tenha autocontrole, segure a sua reação e não revide. Vamos, agora, ao segundo princípio.

2. AO LIDAR COM A AGRESSÃO, EVITE A AMARGURA
Não basta dominar a emoção, no momento, e não reagir com outra agressão. Também é fundamental cuidarmos para que o nosso coração não guarde mágoa da pessoa que nos agrediu, pois isso nos torna amargurados e vingativos. Quando não superamos corretamente uma agressão, o efeito é dramático.[5] Veja: A ofensa acontece, e se não for ignorada, transforma-se em ressentimento, que, por sua vez, não sendo curado, fará com que o ódio comece a nascer. Com o passar do tempo, o ódio leva ao rancor, e o rancor à amargura. No entanto, por trás de tudo isso, está um desejo de vingança que vai crescendo, até ficar insuportável dentro da pessoa. De fato, um abismo chama outro abismo (Sl 42:7).
Todo esse emaranhado de sentimentos apodrecidos tiram a pureza de nosso coração e deixa-nos emocionalmente doentes e espiritualmente arrasados. Faz com que a pessoa ofendida viva em função da pessoa odiada. E, uma vez que a boca fala do que o coração está cheio, os lábios do amargurado exalam o odor de uma sepultura aberta. O personagem bíblico que estamos estudando hoje tinha tudo para se tornar uma pessoa rancorosa e vingativa. Porém, ele resolveu não aceitar esse mal em sua vida. Ao enfrentar a agressão, Davi soube evitar a amargura. Vejamos o que ele fez:
Em primeiro lugar, ele olhou para Deus com discernimento. Por gentileza, olhe novamente, em sua Bíblia, o versículo 10, na parte b: Ora, deixai-o amaldiçoar; pois, se o Senhor lhe disse: Amaldiçoa a Davi, quem diria: Por que assim fizeste? Agora, dê uma olhada no versículo 12: Talvez o Senhor olhará para a minha aflição e o Senhor me pagará com bem essa maldição. O que essas palavras nos ensinam? O rei estava enfrentando aquela humilhação, e, ao invés de se ofender e revidar, ele pensou: “Vejo a mão de Deus nessa situação”. “Há um propósito divino nisto”. Quanto discernimento desse homem, irmãos! O seu foco estava no Senhor e não nas circunstâncias.
Ele sabia que Deus estava na condução de sua vida e que aquilo aconteceu sob permissão divina. Quando atacarem você com palavras caluniosas ou ações ultrajantes, não contra ataque; ao contrário, olhe para Deus e pergunte: “O que o Senhor quer me ensinar?”; “Pai, qual é o seu propósito em me deixar passar por isso?”. Foi algo semelhante que Davi fez. Mas não só isso: em segundo lugar, ele olhou para Simei com misericórdia. Veja que curioso: no versículo 11, Davi virou-se para seus companheiros e disse: Até meu filho, sangue do meu sangue, procura matar-me. Quanto mais este benjamita! Deixem-no em paz! (NVI). Davi procurou compreender as razões do agressor.
Não sei se você notou, mas Simei era do povo de Deus e conhecia a Deus (cf. v.8). Contudo, era um servo de Deus amargurado. Sabe por quê? Antes de Davi se tornar rei, Simei pertencia à família real, era parente de Saul (v.5). Imagine quantos privilégios ele perdeu, quando Davi assumiu o trono. Ele tinha razões para odiá-lo. O rei procurou entendê-lo e o olhou com misericórdia. Esse é um gesto nobre, mas que requer muita abnegação. Quando alguém se levantar contra você, faça o mesmo! Procure ver o que está por trás daquelas palavras e daquela conduta ofensiva. É possível que você descubra uma pessoa imatura, rancorosa, infeliz e digna de pena. Ter compaixão do ofensor é uma bela atitude cristã e uma maneira eficaz de manter o coração puro.
Por outro lado, devemos ter muito cuidado para não nos tornarmos rancorosos como era Simei. Quantos cristãos amargurados você conhece? Infelizmente, há, dentro das igrejas, algumas pessoas que não souberam lidar com a agressão e se tornaram parecidas com Simei. Pessoas revoltadas com os irmãos, com o pastor, com a família, com o trabalho, com a vida. Sobre isso, Paulo alertou os efésios: Livrem-se de toda amargura (Ef 4:31). É isso que devemos fazer! Se alguém lhe ofendeu, não permita que isso adoeça a sua alma. Mas, se você já está amargurado, creia: Deus tem cura para você, hoje.
Esse é o segundo princípio para se lidarmos com a agressão: ao lidar com a agressão evite a amargura. Vejamos, agora, o último princípio:

3. AO LIDAR COM A AGRESSÃO, PREFIRA O PERDÃO
Vamos avançar alguns capítulos, nessa história. Localize, por gentileza, em sua Bíblia, 2 Samuel, capítulo 19 e dê uma olhada a partir do versículo 15. Passaram-se alguns dias, e Absalão teve uma morte trágica e cruel. Embora não fosse a vontade do rei, esse triste evento devolveu-lhe o trono. Agora, ele e seus guerreiros estavam voltando ao palácio. Davi estava sendo aclamado pelo povo. Saiu do mais profundo poço para o posto mais alto de Israel. A caminho de Jerusalém, eles chegaram ao rio Jordão, e sabe quem apareceu lá? Ele mesmo: O irritante Simei! Ele se deu conta da bobagem que havia feito. Veio, prostrou-se diante do rei e pediu-lhe perdão.
Observe as palavras dele, nos versículos 19 e 20: Meu senhor, não me condenes nem te lembres do que o teu servo fez perversamente, no dia em que o rei meu senhor saiu de Jerusalém; que o rei não guarde isso no coração. Porque eu, teu servo, confesso que pequei. Simei disse as frases mais difíceis de se dizer: “Eu pequei” e “Por favor, perdoe-me”. São frases poderosas e libertadoras. Pois bem, o que você faria, se, naquele momento, estivesse no lugar de Davi? Ou melhor: Como você já reagiu em situações semelhantes? Ali, o rei tinha três alternativas: ser indiferente a Simei, vingar-se dele ou perdoá-lo.
Abisai, filho de Zeruia, não pensou duas vezes: Simei amaldiçoou o ungido do Senhor; ele deve ser morto! (v. 21). Nós, em situações assim, preferimos a indiferença, viramos o rosto e desviamos da pessoa. Essa, também, é uma forma cruel e disfarçada de vingança. Contudo, Abisai, o pavio curto, não aconselha Davi a ignorar Simei. Seu conselho é como se dissesse: “Não dê ouvido a esse traidor. Ele o pisou e o chutou, quando você estava no chão. Agora, é sua vez! Chute com toda a sua força e destrua esse perdedor!” Davi respondeu como antes: Que tenho eu convosco, filhos de Zeruia? (v. 22). Em seguida, olhou para Simei, aquele irmão de difícil convivência, e lhe concedeu perdão, dizendo: Eu juro que você não será morto (v. 23).
O servo de Deus não se deixou levar pelos conselhos insanos de seu sobrinho e desculpou o ofensor, de todo coração. Que atitude magnífica e misericordiosa! Sua capacidade para perdoar é um exemplo formidável para nós. Mas como é possível perdoar uma pessoa tão repulsiva assim? É simples: Podemos imaginar que, ao ouvir Simei dizer “Eu pequei”, deve ter passado, na mente de Davi, um “filme” de sua vida, pois, há pouco tempo, ele havia dito as mesmas palavras ao profeta Natã. Irmãos, o perdão fica mais fácil, quando lembramos situações em que também erramos e fomos perdoados, quando reconhecemos que também somos pecadores. Devemos perdoar, pois recebemos o perdão de Deus, que é infinitamente maior do que o perdão que oferecemos.
O perdão não uma questão de justiça, mas um ato de misericórdia. Oferecer perdão não é apenas não revidar: é restaurar os laços quebrados, é cancelar a dívida daqueles que nos ferem.[6] Isso não é algo natural ao ser humano. É algo divino! Por isso mesmo, só é possível exercitá-lo com a ajuda de Deus. Mas é muito bom saber que perdoar não é uma emoção, mas uma decisão que tomamos. Não é uma escolha fácil, mas é a mais acertada. Quando alguém nos fere e nos decepciona, isso causa raiva, desânimo e amargura. Se não houver perdão, esses sentimentos vão se acumulando aos poucos e se transformando em muralhas que nos aprisionam, nos separam das pessoas e nos paralisam. Só o perdão pode nos libertar dessa prisão.
A mágoa é como um câncer da alma. Ela nos adoece, tira a nossa paz e nosso ânimo. Ela nos consome por dentro. O perdão é a cura milagrosa que Deus nos concede. Essa cura é fundamental ao cristão: A Bíblia nos ensina que quem não perdoa, não pode adorar (Mt 5:23-24), nem receber perdão (Mt 6:15); não tem paz (Mt 18:34-35), nem vitória contra Satanás (2 Co 2:10-11) e até as suas orações são impedidas (1 Pd 3:7). Se, hoje, você precisa dessa cura, para pedir ou conceder perdão a alguém, então ore e entregue a situação ao Senhor e peça que o Espírito Santo coloque, em seu coração, coragem para dizer: “Eu errei; perdoe-me”, ou disposição para perdoar quem o ofendeu.
CONCLUSÃO: Sem saber, aquele rei estava tendo atitudes semelhantes às de Jesus Cristo. Em 1 Pedro 2:23, lemos que o Senhor, quando insultado, não revidava; quando sofria, não fazia ameaças, mas entregava-se àquele que julga com justiça. Lá, na cruz, onde sofreu suas maiores afrontas, não ficou ressentido, nem quis vingar-se de seus algozes; ao contrário, orou, dizendo: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem (Lc 23:33). Quando, a exemplo de Davi, dominamos a emoção e não revidamos, nem guardamos mágoa no coração, mas perdoamos os que nos maltratam, estamos agindo como Jesus agiu.
Peça, hoje, ao Pai, disposição para perdoar e sabedoria para lidar com as agressões e as afrontas. Assim, você estará trilhando os passos de Jesus e se libertando do padrão humano de ação e reação, de ofensa e vingança.[7] O caminho de Jesus é mais sublime. Foi ele quem nos ensinou a amar os nossos inimigos e bendizer os que nos maldizem. Quando se vinga, você apenas se iguala ao inimigo; mas, perdoando, você se torna superior, pois se iguala a Jesus. Pense nisso: “Quando matamos, parecemos animais. Quando julgamos, parecemos homens. E, quando perdoamos, nos assemelhamos a Cristo”.[8] Que o Senhor nos dê um coração perdoador e nos faça homens e mulheres segundo o coração dele.

[1] SWINDOLL, Charles R. Davi, um homem segundo o coração de Deus. São Paulo: Mundo Cristão, 1998, pg. 310.
[2] WONDRACEK, Karin Hellen Kepler. Caminhos da graça: identidade, crescimento e direção nos textos da Bíblia. Viçosa, MG: Ultimato, 2006, pg. 73.

[3] SWINDOLL, Charles R. Davi, um homem segundo o coração de Deus. São Paulo: Mundo Cristão, 1998, pg. 312.

[4] WIERSBE, Warren W. Comentário Bíblico Expositivo: Novo Testamento 2. Santo André: Geográfica, 2008, pg. 523.
[5] SWINDOLL, Charles R. Davi, um homem segundo o coração de Deus. São Paulo: Mundo Cristão, 1998, pg. 308.

[6] LOPES, Hernandes Dias. O melhor de Deus para sua vida. Vol. 2. Belo Horizonte: Editora Betânia, 2004, pg. 24.

[7] WONDRACEK, Karin Hellen Kepler. Caminhos da graça: identidade, crescimento e direção nos textos da Bíblia. Viçosa, MG: Ultimato, 2006, pg. 73.

[8] LOPES, Hernandes Dias. O melhor de Deus para sua vida. Vol. 2. Belo Horizonte: Editora Betânia, 2004, pg 28.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Quanto poderá custar uma má decisão?

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“Ele respondeu: Estou a ponto de morrer; de que me aproveitará o direito de primogenitura? Então, disse Jacó: Jura-me primeiro. Ele jurou e vendeu o seu direito de primogenitura a Jacó” (Gn 25:32-33).

Ele era um homem importante na sociedade de sua época, um caçador com habilidades singulares e fazia parte da família mais importante da nação que mais tarde se chamaria Israel. Suas habilidades com a caça atraiu a “maior parcela” de amor do seu velho pai (Gn 25:28). O homem afortunado do qual estamos falando, chamava-se Esaú. Tendo ele o direito de primogenitura, seria somente uma questão de tempo para o mesmo se tornar um exímio administrador dos bens da família. Toda submissão e respeito seriam focados na sua pessoa. Teoricamente, podemos dizer que Esaú estava “com a faca e o queijo na mão”. Porém, havia alguém “de olho” no seu “queijo”.

O sucesso tem lá suas vantagens, mas também, tem os seus perigos! Desse modo, Esaú atraiu as atenções e a cobiça do seu irmão mais novo, Jacó. Este maquinava dia e noite um modo de arrebatar para si, de uma vez por todas, todo o prestígio e herança do seu irmão. Até que um dia, ele decidiu tirar o seu astucioso plano do “armário” da teoria e o expôs na “prateleira” da prática, como descreve o versículo 29: Tinha Jacó feito um cozinhado, quando, esmorecido, veio do campo Esaú. A partir daqui, a história começa a descambar para um desastroso final, gravadas com as tintas de uma decisão impensada. É a luta desigual de um faminto contra um astuto em ótimas condições físicas; da insensatez contra a esperteza; de um corpo abatido contra um cérebro maquiavélico; de um olfato aguçado contra um cheiro tentador.

Não se engane, estão de olho em você. Pode ser que você ainda não tenha percebido, mas os agentes do deus deste século, que são peritos em “tramóias”, estão maquinando um plano para derrubá-lo em um momento de distração. Isso mesmo, eles querem tirar o seu prestígio e a sua herança. Eles almejam matar a sua fé e enterrá-la num lamaçal de descrença e ódio. Tenha muito cuidado com o esmorecimento espiritual. Uma fé anêmica é resultante de uma vida sem vigilância, sem oração, sem consagração e sem exame da palavra. Esteja atento com as propostas sedutoras do mundo. A propósito, após declarar a sua fome desenfreada, Esaú ouviu do irmão a sugestão: ... Vende-me primeiro o teu direito de primogenitura (v.31).

Diante de tudo isso, surge uma pergunta um tanto pessoal: Você consegue se imaginar na “pele” de Esaú? Entende que é alvo do grande amor do Pai (Deus)? Concorda que faz parte da família (igreja) mais importante da terra? Reconhece que é um completo afortunado com a riqueza mais excelente (salvação)? O problema de Esaú consistia em não dar o devido valor a tudo o que tinha: ... Estou a ponto de morrer; de que me aproveitará o direito de primogenitura? (v.32). Por isso, tomou a insensata decisão de trocar, por um prato de lentilhas, a sua primogenitura (vv.33,34).

É até absurdo imaginar alguém trocando toda uma fortuna por um prato de comida. No entanto, é o que acontece diariamente. Quantos não abandonam os princípios divinos pela corrupção e deixam de acumular tesouros no céu para se deliciarem com os da terra? Quantos não abandonam a honra de uma vida santa pela sedução da imoralidade sexual? Há muitos que já não prezam pelo valor que têm e, infelizmente, estão propensos a se contaminarem com os “manjares” ilícitos. Uma má decisão poderá custar a perda de toda uma herança eterna e impedir a concretização de um futuro glorioso. Que a saborosa ilusão das “lentilhas” jamais afete o seu coração e nunca mude a sua visão espiritual. Seja sábio em suas decisões! Não troque os valores eternos pelos efêmeros.

Mis. Jailton Sousa Silva










quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Ele se importa com você

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Jesus: este é o nome do real personagem que atraía milhares de pessoas agredidas emocional e fisicamente pelas enfermidades aparentemente incuráveis, oprimidas por possessões demoníacas, aflitas por causa da culpa e complexadas pelo preconceito social. Ele era diferente de todos os lideres espirituais do seu tempo. Mesmo não tendo pecado, jamais excluiu do seu rol de convivência os pecadores. Muitos iam até ele em busca de uma solução urgente para os seus problemas (Mt 14:14).

Marcos 1: 40-44 narra o surpreendente episódio da cura de um leproso. O texto afirma: Um leproso aproximou-se dele e suplicou-lhe de joelhos: “Se quiseres, podes purificar-me!” (v.40). Aqui fica evidente o desespero do homem acometido de lepra. Naquela época, um leproso tinha de conviver com o preconceito das pessoas, pois era considerado impuro pela lei. Ele não podia, de modo algum, conviver dignamente dentro da sociedade. Era visto com repugnância e desprezo. Além disso, a lepra era vista frequentemente como uma punição de Deus pelo pecado.¹ Era nessa situação que vivia o leproso em evidência. Jesus poderia evitá-lo, mas não o fez. Poderia expulsá-lo, no entanto, teve compaixão dele e, tocando-lhe a pele, o curou (41 e 42).

O fato de Jesus ter agido dessa maneira só nos faz concluir algo: ele se importava com aquele leproso. Ele o amava. Do mesmo modo, ele se importa com a sua vida. A sua angustia não é capaz de separá-lo do amor de Cristo (Rm 8: 38 e 39). Portanto, se o complexo de inferioridade, se a depressão ou se a tristeza bater à porta do seu coração, lembre-se: Cristo ama você e não lhe desamparará.

[1] Comentário bíblico: Vida Nova. D. A. Carson. São Paulo: Vida Nova, 2009, pg. 1433.