quarta-feira, 23 de outubro de 2019

O princípio da fidelidade e a devolução


Texto: Malaquias 3:10

Introdução:

Devolução implica em restituir a alguém algo que lhe pertence. No contexto relacionado à igreja, a palavra devolução está intimamente associada, dentre outras coisas, à entrega do dízimo. A palavra “dízimo” é a décima parte de um todo. Em outras palavras, dízimo é a décima parte do que Deus nos concede e que deve ser devolvida a ele, como um ato de adoração, gratidão e obediência, em reconhecimento de que tudo lhe pertence. O dízimo não se trata de algo que a igreja inventou, mas de um princípio perpétuo estabelecido por Deus em sua Palavra. O dízimo não é opcional para os cristãos, mas um mandamento que deve ser levado a sério. 

Dizimar é parte do princípio da fidelidade. Quanto a esse princípio, devemos analisar três lições importantes. Vamos à primeira.

1.    No princípio da fidelidade, a devolução é legítima.

Será que o dízimo continua sendo válido para os cristãos de hoje? Será que o dízimo ainda faz parte da nossa fidelidade diante de Deus? A resposta para ambas as perguntas é sim: O dízimo é válido para os dias de hoje e inclui a nossa fidelidade a Deus. O dízimo é válido porque é anterior à lei. A primeira referência bíblica a alguém entregando o dízimo está em Gênesis. Abrão entregou o dízimo de tudo que possuía a Melquisedeque, sacerdote do Deus Altíssimo (Gn 14:18-20). Nessa época, a lei de Deus ainda não havia sido estabelecida. Abrão devolvia o dízimo porque sabia que tudo pertence ao Senhor e queria agradecê-lo pelas vitórias conquistadas.

Se você alcançou suas conquistas, não pense que você o fez por suas próprias forças. Deus esteve contigo na luta. Ele te deu capacidade para estudar, trabalhar e prosperar. Portanto, não deixe de ser fiel a ele. Se Deus o ajudou até aqui, não retenha aquilo que é dele por pensar que lhe faltará o pão de cada dia, a roupa para vestir, o calçado para os pés. O dízimo é válido porque foi incluído na lei de Deus. A décima parte das colheitas, dos frutos e dos animais devia ser entregue ao Senhor. O texto de Lv 27:30 afirma que: ... todas as dízimas do campo, da semente do campo, do fruto das árvores são do SENHOR; santas são ao SENHOR. Pela lei, a décima parte da nossa renda, não nos pertence. Não cabe a nós administrá-la. 

A décima parte da nossa renda é do Senhor. A nossa responsabilidade é devolver a Deus o que lhe pertence. Ao receber o salário do suor do seu rosto, do trabalho que dignifica o homem e a mulher, separe e devolva primeiramente a décima parte que pertence ao Senhor. Não caia no erro de tomar para si o dízimo. Se fizermos isso, estaremos pecando gravemente, como diz o texto de Malaquias 3:8: Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas alçadas.

Não devolver o dízimo é pecado; usar o dízimo para fins pessoais é pecado. Jesus disse que a prática do dízimo deveria ser cumprida. Sobre ela, ele alertou em Mt 23:23: ... deveis fazer estas coisas, sem omitir aquelasJesus estava afirmando que os escribas e fariseus deveriam praticar a justiça, a misericórdia e a fé, que são importantes, sem esquecer o dízimo, que também é importante. Precisamos, em nossos dias, ser justos, misericordiosos e convictos, sem jamais deixarmos de ser fiéis. Analisemos agora a segunda lição sobre o princípio da fidelidade.

2.    No princípio da fidelidade, a devolução é necessária.

Devolver o dízimo é necessário. Se quisermos que a obra de Deus seja mantida, precisamos fazer isso. Quando a terra de Canaã foi dividida entre as tribos de Israel, a tribo de Levi não teve participação nessa divisão, porque Deus já a tinha escolhido para servir exclusivamente no tabernáculo. Os levitas, portanto, seriam sustentados pelos dízimos. Quem ordenou isso foi o próprio Deus em Nm 18:21, que afirma: Aos filhos de Levi dei todos os dízimos em Israel por herança, pelo serviço que prestam, serviço da tenda da congregação. Somente os sacerdotes e os levitas tinham o direito de receber esses dízimos.

No Novo Testamento, com o surgimento da igreja e o fim do ministério levítico, o mesmo dízimo passou a ser destinado à manutenção da igreja. Para cumprir a missão de Deus no mundo, ela conta com a contribuição dos cristãos, por meio de dízimos e ofertas. Não é a bondade dos governos que sustenta a igreja, mas sim, a fidelidade dos crentes, com a bênção de Deus. A sua fidelidade na devolução do dízimo garantirá o sustento daqueles que se dedicam exclusivamente ao anúncio do reino. Em 1 Coríntios 9:14, Paulo diz que o Senhor ordenou que os que anunciam o evangelho vivam do evangelho. O texto está tratando de pessoas que se dedicam exclusivamente a essa tarefa.

Se você almeja que os nossos pastores, missionários e missionárias desempenhem bem o seu papel na divulgação do reino de Deus na terra, seja fiel na devolução daquilo que pertence ao Senhor. Se você almeja que a igreja tenha recursos suficientes para manter seus compromissos de forma honesta e pontual perante os órgãos governamentais, devolva fielmente aquilo que pertence ao Senhor. Se você almeja que a bênção da prosperidade seja visível na igreja em que você congrega, seja fiel na devolução dos dízimos e das ofertas. O princípio da devolução é necessário. Seja consciente disso. Deus abençoa a sua vida para que você, por meio da sua fidelidade, abençoe a obra dele.

Conclusão: Seja fiel ao Senhor na devolução dos dízimos. Mas não faça isso no intuito de se exaltar diante das pessoas, mas de reconhecer que Deus é Senhor e legítimo proprietário de todas as coisas. Além disso, entregue o seu dízimo como forma de agradecer a Deus por lhe permitir usar aquilo que é dele, exigindo apenas a décima parte. Não é só o dízimo que pertence ao Senhor; a Bíblia diz que tudo é dele (Sl 24:1). Os 90% que administramos também pertencem ao Senhor. Oremos para que o princípio da fidelidade seja constante em nossa vida.

Jailton Sousa Silva, Pr.

Fonte: Sermão adaptado da lição bíblica nº 317: o cristão e o dinheiro, pgs. 27-32.