sexta-feira, 7 de março de 2014

O preço da liberdade


           Soltou aquele que estava encarcerado por causa da sedição e do homicídio, a quem eles pediam; e, quanto a Jesus, entregou-o à vontade deles. (Lc 23:25)


Um amigo verdadeiro não nos abandona. Ele não fica por perto visando algum interesse pessoal. Um verdadeiro amigo divide a dor, aconselha, ama, repreende. Um amigo verdadeiro é fiel. Mas quem gostaria de ser amigo de um assassino? Quem daria a vida por um terrorista?  
O capítulo 23 do evangelho de Lucas é intrigante. A narrativa gira em torno de alguns personagens, mas gostaríamos de enfatizar dois deles. Cristo e Barrabás. É possível que Barrabás jamais tivesse falado com Cristo na vida. Talvez nunca tivessem trocado uma ideia sequer. Contudo, ambos tinham algo em comum: estavam na rota da cruz. Eles estavam presos e marcados para morrer. Mas somente um deles chegaria realmente, a morrer na cruz. O outro, por sua vez, seria posto em liberdade.
Não sei se você conseguiu pegar o “fio da meada”: o preço da liberdade é a morte de alguém. É isso que fica evidente no episódio narrado em Lucas 23:13-25. Para que Barrabás se tornasse um homem livre, Jesus deveria ser morto. Para que a humanidade se tornasse liberta, o Cordeiro de Deus deveria enfrentar a horrenda cruz romana. Foi exatamente isso que aconteceu. Os fatos mencionados nos evangelhos culminam na seguinte certeza: Jesus morreu para nos livrar da prisão.
            Há muito tempo Barrabás estava sendo caçado. Os soldados o seguraram com força, algemaram-lhe as mãos e o lançaram na prisão. O homem que antes era o assassino revolucionário mais procurado do país, agora não passa de um prisioneiro indefeso. A sua vida de crimes havia chegado ao fim. Na prisão romana estava ali confinado o cruel zelote. O v.19 diz: Barrabás estava no cárcere por causa de uma sedição na cidade e também por homicídio (grifo nosso).
            Barrabás agora está preso. Sabia ele que havia se metido numa tremenda enrascada. O seu presente era a prisão, mas o seu destino final seria a morte. Contudo, sua história começa a caminhar para um desfecho diferente. Do lado de fora da fortaleza onde ele estava preso, havia um grande tumulto que deixara Pilatos, o governador romano, preocupado. A multidão enfurecida exigia a “cabeça” de Jesus. Mas Pilatos sabia que Cristo não merecia morrer. Na inútil tentativa de impedir a condenação de Cristo, o governador expôs os dois réus ao julgamento da multidão e dos líderes judeus, e perguntou-lhes: Qual dos dois quereis que eu vos solte? Responderam eles: Barrabás! (Mt 27:21b).
Que alivio Barrabás deve ter sentido! Agora ele podia dizer: “Estou livre!”. Entenda: Barrabás não foi solto por bondade de Pilatos, nem por compaixão da multidão.  O que houve foi uma substituição, isto é, Barrabás foi solto porque Cristo tomou o seu lugar. Se Jesus não tivesse cruzado o seu caminho, ele seria torturado, pregado e morto sobre a vergonhosa cruz. Barrabás foi liberto porque um homem inocente foi condenado.
            Porque o inocente foi crucificado não mais estamos presos debaixo do domínio do pecado, nem estamos mais separados de Deus. Como Barrabás, estávamos confinados no cárcere. Sobre nós pesava a ira de Deus. Mas Cristo tomou o nosso lugar! Sem ele, estaríamos perdidos! Cristo tem poder para livrar-nos das garras devastadoras do pecado! Sim, Cristo odeia o pecado, mas ama o pecador. Ele não é amigo do mal, mas é o melhor amigo do ser humano!
 Há uma verdade por trás de toda essa história: Jesus foi preso para livrar não somente a Barrabás, mas também, para livrar a você da prisão! Ele veio proclamar libertação aos cativos, e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos, e para proclamar o ano aceitável do Senhor (Lc 4:18-19). Pela cruz, Cristo nos dá liberdade!


Pr. Jailton Sousa Silva