segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

OS CAMPOS ESTÃO PRONTOS PARA A COLHEITA

Texto: João 4:35-38
Que a Paz do Senhor Jesus Cristo seja com todos vocês irmãos e irmãs. Por gentileza, abram as suas Bíblias no Evangelho de João, capítulo 4, versículos 35 a 38. Na Bíblia Revista e Atualizada está escrito assim:

35- Não dizeis vós que ainda há quatro meses até a ceifa? Eu, porém, vos digo: erguei os olhos e vede os campos, pois já branquejam para a ceifa. 36- O ceifeiro recebe desde já a recompensa e entesoura o seu fruto para a vida eterna; e dessarte, se alegram tanto o semeador como o ceifeiro. 37- Pois, no caso, é verdadeiro o ditado: Um é o semeador, e outro é o ceifeiro. 38- Eu vos enviei para ceifar o que não semeastes; outros trabalharam, e vós entrastes no seu trabalho.

Chegamos, pela graça de Deus, a terceira fase do projeto “Um milhão de contatos missionários”. No ano de 2009, os promessistas firmaram o compromisso pessoal no propósito de alcançarem 12 contatos missionários. Em 2010, o alvo foi de 10 contatos e, em 2011, estaremos focados em alcançar mais 8 contatos, para a glória de nosso Deus. Nós sabemos que esse projeto é um grande desafio para a Igreja Adventista da Promessa em geral, e para todos nós, individualmente. Ele exige preparo, amor e prontidão de nossa parte. “Vigiai, pois, porque não sabeis quando virá o dono da casa: se à tarde,
se à noite, se ao cantar do galo, se pela manhã; para que, vindo ele inesperadamente, não vos ache dormindo”. (Mc 13:35,36).  
O texto que lemos é a continuação de um dos mais admiráveis fatos ocorridos na Bíblia, a saber, o encontro de Jesus com a mulher samaritana. Ela ouviu da boca de Jesus, não o que gostaria de ouvir, mas o que precisava ouvir. A atitude dessa mulher é notável. Ela ouviu a Palavra, mas não a reteve somente para si mesma. Pelo contrário, ela se apressou a propagá-la aos outros. Com essa mulher aprendemos o princípio da prontidão. Tanto a semeadura quanto a colheita requerem pessoas prontas para o serviço e dedicadas a ele.

O texto de João 4:35 a 38 nos apresentam três princípios relacionados à colheita espiritual. Vejamos o primeiro:

I.              TRABALHEMOS COM PRONTIDÃO CONSIDERANDO A URGÊNCIA DA COLHEITA.
            Foi no encontro que teve com Jesus, que a mulher samaritana se deparou com a verdade que mudou a sua vida. Ela ouviu, dos lábios dele, a seguinte afirmação: “Eu sou o Messias! Eu, que estou falando com você” (Jo 4:26- NVI). Essas palavras eram fortes demais ao seu coração, pois sabia ela que eram verdade! Essa mulher tinha certeza que Jesus não era semelhante aos demais profetas da época, que se diziam ser o Messias aguardado pelos judeus. Afinal, nos poucos momentos de diálogo que teve com ela, Jesus havia detalhado fatos secretos (ao menos para um desconhecido) da vida dela! (Jo 4:29).
            A mulher samaritana foi impulsionada, pelo poder da palavra de Cristo a testemunhar dele aos seus conterrâneos. Jesus tinha absoluta certeza de que além daquela mulher, muitos outros samaritanos creriam nele. Por isso, ele lembrou aos discípulos: Não dizeis que ainda há quatro meses até a colheita? (Jo 4:35a). Os discípulos estavam dizendo isso. Era dezembro, ou início de janeiro, e a ceifa, nessa região, acontecia em abril ou começo de maio.[1] Eles, não estavam errados, cientificamente falando. Afinal, a colheita não pode ser realizada imediatamente à semeadura. Mas Cristo lança mão desse fato para expressar uma verdade acerca da colheita espiritual: ela é urgente!
Observem, por gentileza, a parte b do versículo 35 de João 4: Eu lhes digo: Abram os olhos e vejam os campos! Eles estão maduros para a colheita. O que Jesus quis dizer com essas palavras é que “apesar da colheita de grãos estar ainda distante (quatro meses), a colheita de almas já poderia ser feita”.[2] Não havia tempo a perder. Será que essa afirmação tem algum sentido? Certamente, sim! O versículo 39 declara: Muitos samaritanos daquela cidade creram nele por causa do seguinte testemunho dado pela mulher: “Ele me disse tudo o que tenho feito”. 
A noção de urgência está no coração de Deus! Ele nos convoca a sairmos do comodismo e a ter uma visão além do natural. Ele quer que olhemos para os campos pela ótica espiritual e isso envolve urgência na ceifa. Os campos estão brancos, portanto, estejamos prontos para agir rapidamente! Caso contrário as pessoas poderão se perder! Elas podem ser atacadas e arrebatadas por aquele que veio para matar, roubar e destruir (Jo 10:10). Lembre-se que no mundo natural a colheita pode demorar muito tempo após a semeadura, mas no mundo espiritual, ela deve ser realizada imediatamente! Na mente de Cristo, o tempo de se anunciar a Palavra é agora, isto é, o presente!
            Qual tem sido a nossa preocupação diante desse vasto campo, que é o mundo? Temos sido impulsionados pela urgência da mulher samaritana ou pelo pensamento cômodo dos discípulos? O que estamos esperando? Os campos estão brancos! Está na hora de agir! Cristo está nos chacoalhando neste momento por meio da sua palavra! Desatemo-nos das armadilhas da ociosidade. Desprendemo-nos da inércia espiritual. Corramos para os campos a fim de realizarmos a ceifa! O campo é o mundo, é a nossa família, é o nosso bairro, é a nossa cidade! E o tempo da salvação é o dia chamado hoje.

            Trabalhemos com prontidão considerando a urgência da colheita. Este é o primeiro princípio. Vamos, portanto, ao segundo:

II.            TRABALHEMOS COM PRONTIDÃO CONSIDERANDO O MANDAMENTO DA COLHEITA.
A colheita tem um tempo para ser realizada: o presente. Mas também tem uma razão imprescindível para ser realizada: é uma ordem. E quem atesta isso? O próprio Jesus. Vejam, por favor, o que ele fala no inicio do versículo 38: Eu vos enviei para ceifar... Esse texto é tremendo! É possível observamos nele três itens importantes. Em primeiro lugar, o texto destaca o comissionador. Foi Jesus quem chamou os discípulos e os capacitou. Quando somos por ele capacitados, temos ousadia para pregar como ovelhas no meio de lobos! Isso é impressionante! O mandamento da colheita não tem procedência humana, mas divina! Não é terreno, mas celestial! Ele provém daquele que é digno de ser chamado EU SOU!
Em segundo lugar, o texto destaca os comissionados. O termo vos está na terceira pessoa do plural. Aqui, ele está se referindo aos discípulos daquela época. Mas também está se dirigindo aos discípulos dessa geração! O mandamento da colheita é para nós também! Cristo também estava falando de nós quando disse em Mt 5:13: Vós sois o sal da terra. Do mesmo modo eram também para nós as palavras dele registradas no versículo seguinte: Vós sois a luz do mundo (Mt 5:14). Portanto, não pense você que está desobrigado desta função tão essencial que é a colheita. O comissionado é o pastor e o membro da igreja; a criança, o jovem, o adulto e o ancião. Todos, individualmente, fomos chamados e convocados para a urgente colheita!
Em terceiro lugar, o texto destaca a missão. Leiamo-lo novamente: Eu vos enviei para ceifar (grifo nosso). Cristo não nos colocou no mundo sem propósito. Não fomos chamados sem propósito. Ele nos comissionou. A nossa missão é árdua, perigosa, enfadonha, mas muito importante! Trata-se de uma questão de vida ou morte. Não há outra opção: Ou cumprimos a missão de ceifar vidas do cárcere da morte, ou, nos tornaremos as próprias vítimas da morte. Quem não ceifa para Cristo, é ceifado pelo pecado. Vocês ainda lembram o que está escrito em Marcos 16:15? Vamos recitá-lo juntos: ...Ide por todo o mundo, e pregai o evangelho a toda criatura.  
 Queridos irmãos e irmãs, por se tratar de um mandamento, a colheita não deve ser realizada de qualquer maneira. Precisamos estar munidos da ferramenta certa para que possamos realizá-la com eficácia. A palavra de Deus é o instrumento da colheita. Jamais obedeceremos corretamente a ordem de Cristo se ignorarmos a sua palavra. Se quisermos ver as pessoas se arrependerem dos seus pecados e passarem por uma transformação de vida, devemos pregar-lhes a palavra! Nada além da palavra! Os samaritamos se renderam a Cristo porque ouviram a Palavra! A colheita será farta se o foco estiver no evangelho e não nos evangelistas, pois o evangelho é poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê (Rm 1:16).
 Por se tratar de um mandamento, a colheita não se restringe a uma parte do campo, mas a toda extensão dele. Talvez os discípulos tivessem o seguinte pensamento acerca dos samaritanos: “‘Não pode haver colheita aqui! Essa gente despreza os judeus e não aceitaria a nossa mensagem’. Mas era justamente o contrário: aqueles campos estavam prontos para a ceifa”.[3] A colheita pode e deve ser feita em todas as classes da sociedade, sem preconceito. Encaremos a colheita como uma ordem, mas não obedeçamos por uma questão de obrigação, mas de alegria, sabendo que são bem-aventurados os que ouvem a palavra de Deus, e a observam (Lc 11:28).

O segundo princípio, como vimos, é este: Trabalhemos com prontidão considerando o mandamento da colheita. Vamos portanto, ao terceiro e último princípio:

III.           TRABALHEMOS COM PRONTIDÃO CONSIDERANDO A RECOMPENSA DA COLHEITA.

Como vimos, a colheita espiritual distingue-se da colheita natural pelo fato desta ter de aguardar um período de tempo considerável a partir da semeadura para ser concretizada, enquanto que aquela acontece logo após a Palavra ser semeada. Mas não é só isso. Ambas também se diferem no que concerne à sua recompensa. Por gentileza, vejam novamente na Bíblia de vocês, o que está escrito no versículo 36 do capítulo 4 do evangelho de João: O ceifeiro recebe desde já a recompensa e entesoura o seu fruto para a vida eterna; e, dessarte, se alegram tanto o semeador como o ceifeiro.      
É possível observarmos, nessas palavras de Jesus, pelo menos, duas importantes lições quanto à recompensa da colheita espiritual. A primeira delas refere-se à sua durabilidade. Uma colheita normal ou natural poderá trazer muitas alegrias ao ceifeiro. Ela pode encher os seus celeiros e torná-lo muito rico. Todavia, a recompensa produzida por esse tipo de colheita não é durável, porque se trata de um tesouro inteiramente terreno, o qual pode contribuir, muitas vezes, negativamente para a espiritualidade das pessoas. Se não houver um cuidado voltado nesse sentido, o coração delas correrá o risco de se focar somente nos bens terrenos e se distanciar cada vez mais de Cristo.
A recompensa produzida pela colheita espiritual, no entanto, é completamente diferente! Jesus faz questão de afirmar que, nela, o ceifeiro entesoura o seu fruto para a vida eterna! Essa colheita produz uma recompensa durável meus queridos irmãos e irmãs! Quem dela participa reserva para si um tesouro não terreno, mas celestial! Essa colheita é espiritual porque envolve o novo nascimento das pessoas. Estas abrirão os seus olhos para ver Aquele que é a luz do mundo, Cristo! Elas o amarão e crerão na sua palavra e serão salvas mediante a graça salvadora de nosso Deus! Elas se depararão, finalmente, não mais com a morte, mas com a vida, a qual é eterna!
A segunda importante lição quanto à recompensa da colheita espiritual é a sua compartilhação. O texto afirma que tanto o semeador quanto o ceifeiro se alegram. O “mérito” da colheita não é somente deste ou daquele, mas de todos. Os que semeiam não são mais importantes do que os que ceifam. Logicamente, as suas funções são diferentes, mas o resultado do trabalho é o mesmo. A glória do trabalho de todos é destinada a um só Deus. O objetivo é o mesmo: salvar vidas. “Na ceifa do Senhor, não há competição. Cada um recebe uma tarefa, e todos fazem parte do trabalho uns dos outros (1 Co 3:6-). Um semeia, o outro colhe, mas todos os trabalhadores recebem a recompensa justa por seu trabalho.”[4]
Vejam, por favor, novamente o versículo 38: Eu vos enviei para ceifar o que não semeastes; outros trabalharam, e vós entrastes no seu trabalho. Possivelmente, os outros, antes dos discípulos, haviam trabalhado entre os samaritanos, ou seja, plantaram entre eles a mensagem do evangelho.[5] Mas os discípulos agora são comissionados a colher os frutos do trabalho deles. Talvez Cristo esteja se referindo a ele mesmo, ou aos profetas do Antigo Testamento. De qualquer modo, o trabalho tinha de ser continuado. Nós também fomos comissionados para ceifar do trabalho dos cristãos do passado. Portanto, em atitude de prontidão, estejamos dispostos a dar prosseguimento à colheita.  A recompensa que nos aguarda é eterna e compartilhável!   

CONCLUSÃO: Amados irmãos e irmãs, a Palavra de Deus hoje nos convoca à ceifa. Os campos estão brancos e a colheita não pode atrasar. Ela é urgente. Aliás, urgentíssima! Paulo, o missionário mais influente de cristianismo de todos os tempos, tinha essa percepção impregnada na sua mente. Por essa razão, ele disse a Timóteo, o seu filho na fé: Prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina (2 Tm 4:2). Além disso, a colheita é também um mandamento. Fomos comissionados por Cristo para dela participar.  
            Quem ceifa, recebe do Senhor, uma recompensa durável e compartilhável! Quer você receber essa recompensa? Então, aceite o desafio proposto neste culto. Faça agora mesmo o compromisso diante do Senhor da seara de fazer, até ao final do ano de 2011, oito contatos missionários! Lembre-se que isso não é impossível, pelo contrário, o próprio Senhor da seara o capacitará para essa grande obra! Sabendo que a seara é grande, mas os trabalhadores são poucos (Lc 10:2), oremos firmemente para que o Senhor faça de nós ceifeiros entusiasmados e comprometidos para a ceifa. Amém!

BIBLIOGRAFIA

BOOR, Werner de. Evangelho de João I: comentário esperança. Curitiba: Ed. Evangélica Esperança, 2002.

BRUCE F.F. João. São Paulo: Sociedade Religiosa Edições Vida Nova e Associação Religiosa Editora Mundo Cristão, 1987.

HENDRIKSEN, William. O Evangelho de João. São Paulo: Ed. Cultura Cristã, 2004.

WIERSBE, Warren W. Comentário Bíblico Expositivo: Novo Testamento: Volume I. Santo André, SP: Geográfica editora, 2006.


[1] Hendriksen (2004:232)
[2] Hendriksen (2004:233)
[3] Wiersbe (2006:388)
[4] Idem 3.
[5] Hendriksen (2004:235)

Sermão produzido pelo DEME

LIDANDO COM A ESPERA

Texto bíblico: Lucas 2:36-38


INTRODUÇÃO: Que a paz do Senhor Jesus seja com todos vocês, irmãos e irmãs. No ano passado, foi iniciada, em todas as igrejas e congregações promessistas, a série de sermões: Vidas que ensinam santidade. Já aprendemos princípios bíblicos para lidarmos vitoriosamente com a sedução (José, o filho de Jacó), com o ativismo (Marta e Maria), com a cultura (Daniel), com o conflito (Ana), com a decepção (José, o pai terreno de Jesus), com o recomeço (Rute) e com a agressão (Davi). Hoje, no oitavo sermão da série, vamos refletir alguns minutos na história da profetisa Ana, e aprender alguns princípios bíblicos para lidarmos com a espera.
O único autor do Novo Testamento que escreveu sobre Ana foi Lucas. As mulheres têm mesmo um lugar de destaque em seu evangelho: são 43 referências! Dentre elas, Ana, a profetisa. Mas o que levou Lucas, e somente ele, a dedicar algumas poucas linhas para escrever sobre ela? A resposta é: o exemplo de dedicação dessa mulher, enquanto esperava pelo Messias. Por toda a sua vida, Ana carregou consigo a esperança naquele que traria a redenção de Jerusalém (v. 38). Todavia, ela não ficou parada, enquanto aguardava, e por isso é especial. Nós também esperamos pelo Messias. Não pelo seu nascimento, mas por seu regresso. O que fazer, enquanto esperamos esse dia? O exemplo de Ana tem muito a nos ensinar.   

Enquanto esperamos pelo retorno de Cristo, existem alguns alertas que não podem ser ignorados. Destacaremos três deles, com base no exemplo de Ana.

I. AO LIDAR COM A ESPERA, NUNCA TIRE A
ESPERANÇA DE SUA MENTE

            Ana tinha tudo para ser uma pessoa amarga e rancorosa. Para começar, ela descendia de uma região e de um povo desprezado. Observe, em sua Bíblia, novamente, o início do versículo 36: Havia uma profetisa, chamada Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. O nome “Ana” significa “graça”. Ela era filha de um homem chamado Fanuel, e pouco se sabe a respeito dele. Ana pertencia à tribo de Aser, que foi o segundo filho de Zilpa, escrava de Lia. “Aser” significa “feliz, abençoado”. Ele recebeu esse nome, pois seu nascimento trouxe muita alegria à sua mãe. Essa tribo foi uma das que foram levadas cativas para a Assíria, em 721 a.C. e quase desapareceu completamente. O território sede da tribo de Aser era a Galileia.
Mas qual a razão de fazermos essas considerações? Simples: os galileus não eram vistos com bons olhos pelos judeus da Judeia (Jo 1:46). Ana tinha origem galileia, mas vivia em Jerusalém, na Judeia. Para piorar, o desprezo era tão grande que os judeus negavam que pudessem surgir profetas da Galileia (Jo 7:52). Além disso, Ana também tivera uma grande decepção, ainda muito nova. Observe, novamente, o versículo 36: ... vivera com seu marido sete anos desde que se casara e era viúva de oitenta e quatro anos. As meninas judias, frequentemente, casavam-se muito novas, por volta dos catorze anos.[1]
Diferentemente do que acontece em nossos dias, as meninas daquela época não podiam continuar os seus estudos ou ter emprego fora de casa. Por isso, esperavam ansiosamente o dia do casamento. Esse era um dos eventos mais extraordinários na vida delas! Para Ana, esse dia chegou, mas não durou muito tempo. Com apenas sete anos de casamento, perdeu o marido. Se ela se casou com catorze anos, como geralmente acontecia, estava com vinte e um anos, quando ficou viúva. Uma mulher ainda muito nova para uma decepção tão profunda. Depois deste fatídico acontecimento, as coisas não ficariam boas para Ana. A vida de uma viúva, nos dias de Cristo, não era nada fácil. Elas sofriam abandono e exploração.
Apesar de todo esse histórico nada desejável, Ana não se abateu a ponto de parar. Nem por causa da sua origem, nem por causa do fato de que muitos não aceitassem seu chamado, nem por ter perdido o esposo, nem por causa da dificuldade de ser viúva. Ela não se tornou uma pessoa amarga. Não entregou os pontos. Não se dobrou. Não abandonou o Senhor. A razão? Ela tinha uma esperança! Ela fazia parte do grupo daqueles que esperavam a redenção de Jerusalém (Lc 2:38), daqueles que esperavam o nascimento do Messias! Por isso, os dissabores não tiraram o sabor da sua vida. Ela tinha sempre em mente que, apesar dos pesares, o Messias nasceria! Daí, ao longo dos versículos que narram sua curta história, temos o retrato de uma senhora entusiasta, confiante e ativa! Fez jus ao seu nome e viveu de forma graciosa.
Meu querido irmão, minha querida irmã, como você tem lidado com os dissabores da vida? Com as circunstâncias adversas? Elas lhe têm feito parar, desistir, jogar a toalha? Não faça isso! É preciso caminhar frente a todas essas situações! Nós temos uma esperança! Afinal, se esperarmos em Cristo somente nesta vida, somos os mais infelizes entre os homens (1 Co 15:19). Traga sempre essa esperança à sua mente, enquanto espera o regresso do Senhor. Tragamos sempre à mente o que nos pode dar esperança (Lm 3:21), diz a Escritura. Assim como a esperança do nascimento do Messias fazia com que Ana avançasse e esperasse confiante, a esperança no regresso do Messias deve nos impulsionar a continuar frente aos reveses! Essa esperança deve ser nossa bagagem em qualquer circunstância: como um calmante a nos ajudar nas dores; como um andador a nos ajudar nas fraquezas. É a rocha sobre a qual devemos edificar nossa casa, uma armadura contra ataques! Enquanto esperamos o Senhor, tragamo-la sempre à nossa mente!    

O primeiro alerta que não podemos ignorar, enquanto esperamos a volta de Cristo, é: nunca tire a esperança de sua mente. Vamos ao segundo.

II. AO LIDAR COM A ESPERA, NUNCA LARGUE A
CONSTÂNCIA EM SEU SERVIR

Ana não esperou pelo nascimento do Messias, sua grande esperança, de forma ociosa. Lucas é bem detalhista em sua narrativa. Ele nos conta exatamente o que Ana ficou fazendo, enquanto esperava. Atente para o que está escrito em sua Bíblia, na segunda parte do versículo 37: Esta não deixava o templo. Se o versículo terminasse aqui, muitas coisas poderiam ser ditas. Mas Lucas faz questão de relatar: ... mas adorava noite e dia em jejuns e orações. Ana servia, enquanto esperava. Eu gostaria de que você observasse, com bastante atenção, a palavra “adorava” em sua Bíblia. A Almeida século 21 traz “cultuando”, em vez de “adorava”. Já a Bíblia de Jerusalém traduz a palavra por “servindo”.
Na língua original, temos um verbo muito importante: latreúousa, derivado do verbo latreuõ, que traz a ideia de “serviço”. Trata-se de cultuar e oferecer atos de adoração que agradem a Deus. Esse verbo está no tempo presente, e traz o conceito de continuidade, isto é, Ana servia continuamente a Deus. Nunca se esqueça: adoração também é vista no serviço a Deus! Mas não é servir de qualquer maneira, é servir com toda a nossa potencialidade, inteligência, energia, experiência e devoção. Ana servia a Deus com todo o seu tempo. O texto diz que o serviço dela era de noite e de dia. Enquanto esperava, Ana adorava a Deus.
Ela não deixava o templo. Em nossos dias, talvez a chamassem de “igrejeira” ou, quem sabe, até de “fanática”. Afinal, essa mulher não perdia um culto! Alguns acham que ela morava nas dependências do templo, em algum abrigo para pobres, mantido por atos de caridade. Porém, o mais provável mesmo é que Ana estivesse constantemente no templo nos horários das cerimônias regulares, e sempre pronta a ajudar e, talvez, morasse em um alojamento de sua propriedade, entre os edifícios próximos do templo.[2] Como tem sido a sua participação nos cultos regulares da igreja? Aliás, você tem participado?
Cultuar é muito importante. A Bíblia diz: Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima (Hb 10:25). Congregar faz parte do processo da espera! Quando congregamos, fortalecemos a comunhão, encorajamo-nos uns aos outros, podemos desabafar, encontramos apoio, ânimo para continuar! Por essas razões, o ato de congregar desenvolve um papel fundamental no tempo que antecede a volta de Cristo. Ana não se afastava do templo. Junto com outras mulheres, no átrio destinado a estas, esperava pela redenção de Jerusalém.
Ana foi, também, uma mulher de muita devoção. A idade não foi empecilho para ela, que orava e jejuava, constantemente, dia e noite. Essa profetisa mantinha comunicação diária com o Senhor. Entenda bem: Ana não observava alguns horários de oração, mas orava noite e dia. Tinha uma vida de oração, dedicava-se à oração! A oração fazia parte do seu estilo de vida. A Bíblia também nos alerta a orarmos, enquanto esperamos o Senhor! Orai sem cessar. (...) E o próprio Deus de Paz vos santifique completamente, e o vosso espírito, alma e corpo sejam mantidos plenamente irrepreensíveis para a vinda do nosso Senhor Jesus Cristo (1 Ts 5:17,23). Oremos, peçamos ao Senhor graça, poder e força! Só a ele a glória!

            Este é mais um alerta que não podemos ignorar, enquanto esperamos o retorno de Cristo: nunca largue a constância em seu servir. O terceiro alerta é: 

III. AO LIDAR COM A ESPERA, NUNCA ABANDONE A
CONFIANÇA EM SUA PROCLAMAÇÃO

            Olhe novamente para o versículo 36 do capítulo 2 de Lucas. O texto diz que Ana era uma profetisa. Muito bem, servindo a Deus nessa função, essa mulher estava acostumada com uma tarefa: a proclamação. Aqui, precisamos entender algumas questões. A história de Ana envolve os primeiros eventos da vida de Jesus. Se ela era conhecida como profetisa por aqueles dias, então, já proclamava há algum tempo. O curioso é o seguinte: você lembra o que representam as páginas em branco entre os livros de Malaquias e Mateus, em nossas Bíblias? Acertou quem disse o período de quase 400 anos onde Deus ficou em silêncio. Neste tempo não houve revelação; Deus não falou com seus profetas. Ana é desse período!
Como alguém pode ser profeta numa época em que Deus não falava? Precisamos lembrar que os profetas ou profetisas daquela época eram pessoas que anunciavam a mensagem de Deus baseadas nas Escrituras do Antigo Testamento. Então, Ana era conhecida como uma mulher que fazia declarações abertas sobre o Messias que havia de vir, ou, então, “era alguém que tinha compreensão das Escrituras acima das outras mulheres, e se dedicava a instruir as mulheres mais jovens sobre as coisas de Deus”.[3] O Senhor não ficou sem testemunhas fiéis naquele tempo! Tente, por um momento, imaginar essa senhora proclamando sua grande esperança.   
            Com 84 anos,[4] vestindo-se como as viúvas da época, que “despojavam-se de seus ornamentos, não se penteavam, não ungiam o rosto, e vestiam-se de saco”,[5] ela sempre pregou: “O Messias virá!”. A grande esperança de Ana era encontrar-se com ele. Havia um grupo de pessoas por aquela época com essa esperança. Os judeus eram oprimidos pelos romanos. Eles criam que o Messias viria para libertá-los e instaurar seu reino. A maioria, entretanto, acreditava num Messias político, que viria para dar vitoria aos judeus sobre seus inimigos. Não sabemos se Ana tinha a completa dimensão da libertação que o Messias, de fato, traria, mas sabemos que ela acreditava nisso. Essa esperança a mantinha viva.   
Por muitos anos, ela profetizou, com base na palavra escrita, sobre o messias que havia de vir. Até que um dia, quando chegou para mais um dia normal de serviço no templo, ele estava ali, nas mãos de Simeão! Uma vida toda de espera, uma vida toda de anseio, e, quando o Messias nasceu, ela estava ali, preparada, no lugar certo, na hora certa. Quando viu Cristo, soube que valeu a pena dedicar toda a vida por aquele momento! Percebeu que toda a sua pregação valeu à pena e era, de fato, verdadeira: Chegando na mesma hora, dava graças a Deus, e falava a respeito do menino a todos os que esperavam a redenção de Jerusalém (Lc 2:38). Imagine a felicidade de Ana! É indescritível! É extraordinária!   
            Quando viu o menino, Ana procurou aqueles que tinham essa esperança e lhes contou as boas novas! Quem conhece a Cristo, deve espalhar essas boas notícias! Enquanto aguardamos o retorno de Cristo: proclamemo-lo! Jesus voltará! Nós acreditamos nisso! Não é mito! A Bíblia garante: Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus (1 Ts 4:16). Podemos esperá-lo com os corações tranquilos: ele voltará. Até esse dia, proclamemos em alto e bom som: “O Messias virá, o Messias virá, o Messias virá!”. Nós acreditamos no advento!         

CONCLUSÃO: No dia 25 de dezembro, em todo o mundo, a maioria dos cristãos comemora o natal, festa que celebra o nascimento de Cristo. Nós sabemos que, na verdade, Jesus não nasceu em um dia 25 de dezembro e que a maioria dos símbolos natalinos se originaram em festas pagãs. Por essa razão, a Igreja Adventista da Promessa não comemora o Natal. Mas, mesmo não comemorando o Natal, não temos problema em louvar a Deus pelo nascimento do Messias! Este fato foi celebrado pela profetisa Ana. O Messias nasceu e veio para trazer-nos libertação. Veio para dar a sua vida em resgate de muitos, para buscar e salvar o perdido (Lc 19:10). Não somente hoje, mas durante todos os dias da nossa vida, precisamos louvar a Deus por esse evento e divulgá-lo a todos! O Messias já veio!     
            Além de nascer, viver e morrer por nós, Jesus ressuscitou de entre os mortos e prometeu: ... vou preparar-vos lugar. E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também (Jo 14:2-3). Ele voltará. Há quase dois mil anos, ele fez essa promessa. Muitos servos de Deus dormiram e não viram a concretização dela. Hoje, nós estamos a esperar por este evento. Estejamos certos: esse dia chegará! Por fim, gostaria que você refletisse em algo: a história de Ana ocorreu por volta do ano 4 a.C. e Lucas escreveu o seu evangelho por volta de 61-62 d.C.; ou seja, provavelmente, bem depois da morte de Ana.[6] O que ficou da vida dela? Um ótimo testemunho! O que os outros escreverão sobre nós? O que Deus está “escrevendo” sobre nós? Um dia, Jesus voltará. Pode até demorar, mas virá! Espere esse dia com fé! Como estaremos? Onde estaremos? Reflita nessas coisas. Amém.  

BIBLIOGRAFIA

DAVIS, John. Dicionário da Bíblia. 7 ed., Rio de Janeiro: JUERP, 1980.

HENDRIKSEN, William. Comentário do Novo Testamento: Lucas. Vol. 1, São Paulo: Cultura Cristã, 2003.

HENRY, Matthew. Comentário Bíblico do Novo Testamento: Mateus a João. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.        

SPANGLER, Ann; SYSWERDA, Jean. Elas: 52 mulheres da Bíblia que marcaram a história do povo de Deus. São Paulo: Mundo Cristão, 2003.



[1] Apesar do fato de, com doze anos, elas já estarem “liberadas” para o casamento. Essa idade era esperada com ansiedade. Não podemos nos esquecer, entretanto, que esta é uma questão cultural.  

[2] Henry (2008:534).
[3] Idem.
[4] Alguns pensam que ela tinha 105 anos e que, 84 anos diz respeito ao tempo da sua viuvez. Algumas traduções trazem: permanecendo viúva por oitenta e quatro anos. O fato é que ela era avançada em idade.
[5] Davis (1980:619).
[6] Se ela estivesse viva, teria algo em torno de 160 anos, o que é praticamente impossível. 

Sermão produzido pelo DEC

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

A bússola da vida- Parte 02

Na primeira parte desse devocional, vimos que a Bíblia, a bússola da vida, é o nosso principal instrumento na luta contra o mal. Na segunda parte, veremos como nos relacionar com ela.

O nosso relacionamento com a Bíblia deve ser o mais íntimo possível. Isso significa que devemos abri-la, folheá-la, esquadrinhá-la, em busca da verdade. Infelizmente, a nossa sociedade não tem um hábito muito eficaz de leitura. Uma pesquisa realizada pela Fecomércio do Rio de Janeiro aponta que, em relação ao ano de 2007, o brasileiro hoje lê menos livros. Entre os que desfrutaram de hábitos como, ler um livro, assistir a um filme no cinema, visitar exposições, ir ao teatro e a espetáculos, a maioria (ou seja, 23%) disse ter lido um livro. A leitura, porém, parece estar cada vez mais em desuso, pois dois anos antes, a mesma atividade era confirmada por 31% das pessoas consultadas.[1]
O hábito do cristão em relação à leitura da Bíblia deve ser o contrário da estatística apresentada. O salmista escreve: Como suspira a corça pelas correntes das águas, assim, por ti, ó Deus, suspira a minha alma (Sl 42:1). Quem busca ao Deus da palavra, ansiosamente busca a palavra de Deus. Seremos bem-aventurados se a ingerirmos, nos deleitarmos em seu sabor, não nos importando, todavia, se ela se apresentar amarga ao estômago ou doce como mel ao paladar (Ap 10:9). A Palavra é viva, eficaz e discerne os propósitos do coração humano (Hb 4:12). Mas o seu poder vai mais além. Ela nos vivifica, nos torna eficazes e muda os propósitos do nosso coração!  Portanto, amado irmão e irmã, adote o hábito de ler a Bíblia. Não interessa se em voz alta ou em silêncio, apenas leia. Deus falará com você através dela. Os seus olhos se abrirão para os horizontes da vida. Renuncie momentos de entretenimento por momentos de conhecimento; momentos de diversão por momentos de comunhão. Faça conforme o conselho do profeta Isaías que diz: Buscai no livro do Senhor e lede (Is 34:16). Medite e reflita dia e noite em cada frase e em cada palavra da Bíblia, pois quem assim age, é como àrvore plantada à beira de águas correntes: dá fruto no tempo certo e suas folhas não murcham...(Sl 1:3).
A Bíblia é o mapa que nos conduz ao caminho das coisas excelentes (Tt 3:8). É remédio que alivia a dor e cura a alma. A palavra de Deus deve ser inculcada aos filhos em todo o tempo e em todo lugar (Dt 6:6-9). Deve ser um exercício da memória. Falando nisso, lembramos: A Bíblia é a palavra de Deus e palavra de Deus é coisa séria! Quem a examina com intuito de adquirir conhecimento, defender um ponto de vista, preparar um sermão ou, simplesmente buscar a Deus por meio das sagradas letras, deve fazê-lo com muita responsabilidade. Tenha muito cuidado para não distorcer o real sentido da revelação divina!
            Erramos quando não levamos isso em consideração. A palavra não é superficial, mas profunda. Ela é leite para a criança, mas também, alimento sólido para o adulto. É muito perigoso estudarmos a Bíblia pela ótica míope e infundada das tradições humanas. Faça melhor, ore antes. Peça ao Senhor: “Afasta de mim o absurdo de querer que a Palavra se curve diante de mim, para ser usada a meu bel-prazer. Obriga-me, antes, a me curvar diante dela, seja qual for a sua mensagem, o seu ensino, o seu julgamento, o seu recado”.[2] A palavra de Deus tem um grande propósito para nós e precisamos desejá-lo e buscá-lo.
            O propósito primordial da Bíblia não é científico, embora contenha fatos dessa natureza; não é intelectual, apesar de nos tornar sábios; não é literário, apesar de conter uma literatura esplêndida; não é filosófico, embora revele “vestígios” da sabedoria de Deus. Ela ensina, repreende, corrige e instrui na justiça, tornando-nos aptos para toda a boa obra (2 Tm 3:16,17), porém, a salvação humana é o seu foco principal (2 Tm 3:15). “A Bíblia não é, portanto, basicamente um livro de ciência, nem de literatura, nem de filosofia, mas de salvação”.[3] Portanto, vale a pena examiná-la e buscar, em suas palavras, crescimento espiritual. Acredite: a palavra jamais voltará vazia (Is 55:10-11). Ela é capaz de produzir mudanças significativas em você!


[2] CÉSAR, Elben M. Lenz. Súplicas de um necessitado: oração e vigilância. 2 ed. Viçosa, MG: Ultimato, 2007, pg. 29.

[3] STOTT, Jhon. Entenda a Bíblia. São Paulo: Mundo Cristão, 2005, pg. 15.

Jó: Como lidar melhor com o sofrimento






Ouça o áudio das lições clicando nos links.














Lição 01- Sofrimento e Satanáshttp://www.iapro.com.br/podcast/294-1.mp3

Lição 02- Sofrimento e Adoraçãohttp://www.iapro.com.br/podcast/294-2.mp3

Lição 03- Sofrimento e Apostasiahttp://www.iapro.com.br/podcast/294-3.mp3

Lição 04- Sofrimento e Consolohttp://www.iapro.com.br/podcast/294-4.mp3

Lição 05- Sofrimento e Desabafohttp://www.iapro.com.br/podcast/294-5.mp3

Lição 06- Sofrimento e Suicídiohttp://www.iapro.com.br/podcast/294-6.mp3

Lição 07- Sofrimento e Inocênciahttp://www.iapro.com.br/podcast/294-7.mp3

Lição 08- Sofrimento e Esperançahttp://www.iapro.com.br/podcast/294-8.mp3

Lição 09- Sofrimento e Abandonohttp://www.iapro.com.br/podcast/294-9.mp3

Lição 10- Sofrimento e Soberaniahttp://www.iapro.com.br/podcast/294-10.mp3

Lição 11- Sofrimento e Sabedoriahttp://www.iapro.com.br/podcast/294-11.mp3

Lição 12- Sofrimento e Nostalgiahttp://www.iapro.com.br/podcast/294-12.mp3

Lição 13- Sofrimento e Mudançahttp://www.iapro.com.br/podcast/294-13.mp3

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Sermões do DEC

REPORTAGEM: ENCONTRO DA RUMAP MARANHENSE "projeto metanóia".wmv

A bússola da vida

         Durante muito tempo, a bússola (instrumento que determina as direções sobre a superfície terrestre através de uma agulha magnética) ajudou a direcionar os marinheiros em alto mar. E não somente a eles. Muitos outros profissionais foram beneficiados por esse instrumento. A sua importância, portanto, é inegável. A Bíblia, a Palavra de Deus, é a bússola da nossa vida. Ignorá-la significa regredir na santificação, pois é impossível trilharmos os caminhos da mesma quando não conhecemos a Deus nem a sua vontade. O alerta de Jesus quanto a isso é coerente quando ele diz: Errais, não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus (Mt 22:29). A ignorância espiritual é um grave problema de nossos dias. Ela tem patrocinado o fracasso de homens e mulheres, os quais, antes, honravam e mantinham a fé no cabeça da igreja, Cristo. Por mais triste que seja, temos de alertar: uma vida sem a palavra é um retrocesso. Uma igreja sem zelo bíblico está fadada ao fracasso.
  A leitura da Bíblia e a prática dos seus ensinos são extremamente vitais à nossa santificação. Quer um exemplo? Cristo. Isso mesmo, Cristo é o maior exemplo de conhecimento e submissão à Palavra que temos. Embora não precisasse “crescer” na santificação, visto não ser ele pecador, nos ensinou, por seu exemplo, fazê-lo. Assim ele agiu quando confrontou e venceu o diabo no deserto, após ter jejuado quarenta dias e quarenta noites (Mt 4:2). A tentação, por mais forte que possa parecer, pode ser vencida! Mas como isso deve ser feito? Observemos, atentamente, o exemplo de Jesus.
Quando ele foi desafiado a transformar pedras em pães, a sua resposta ao tentador foi direta: ...Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus (Mt 4:4). Observe a expressão “está escrito”. Cristo a usou de modo contínuo em seus argumentos. Ele disse: Também está escrito: não tentarás o Senhor teu Deus (Mt 4:7- grifo nosso); e por fim, disparou o golpe fatal sobre o deus deste século: Vai-te Satanás,  porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás (Mt 4:10- grifo nosso). Cada argumento reflete o seu temor ao Pai.
Você percebeu o instrumento utilizado por Jesus na sua vitória contra o mal? Ele é o nosso exemplo. Por que ele fez questão de usar a expressão “está escrito”? Para que pudéssemos imitá-lo, usando-a em situações semelhantes. Ele sempre soube que um dia travaríamos as nossas próprias batalhas. Naquela ocasião, Cristo se deparou com o tentador e com a tentação, mas a nossa vez de ser tentados e provados ainda estava por vir. Era apenas uma questão de tempo. Este tempo, finalmente, chegou. Entramos no processo de santificação. Este processo envolve percepção, convicção e preparo. Nele, inevitavelmente, somos confrontados pelas mais adversas situações.
            Haverá momentos em que no deserto da sua vida financeira, surgirão conselhos e oportunidades motivando-o se apossar daquilo que não é seu ou adquirir o sucesso por meios “fáceis”; no deserto da sua vida sentimental, surgirão homens e mulheres “estranhos” a fim de seduzi-lo a compartilhar os “prazeres” do sexo ilícito; no deserto da sua vida intelectual, surgirão idéias heréticas que lhe tentarão a abandonar a verdade e os princípios ensinados na palavra. O que fazer nesses momentos? Como vencer tais lutas? Pense nas palavras de Jesus: está escrito! Combata o mal com a palavra, pois ela é luz para o nosso caminho (Sl 119:105)! Faça somente o que for favorável a ela.
            Nessas horas, o apego diário à Bíblia, conta muito. Aqueles que se apegam a ela usufruirão de resultados compensadores. O salmista se mostra tão apegado à esta “iguaria” do céu que chega a declarar no Salmo 119: Apego-me aos teus testemunhos... (v.31); ...tenho esperado na tua palavra (v.74); (...) amo os teus mandamentos mais do que o ouro...(v.127). Veja que, para o salmista, examinar as Escrituras, não é um fardo, mas uma atitude mais que prazerosa. É a palavra que mata a sua fome e lhe traz entusiasmo para viver esperançosamente.

Em Cristo,

Mis. Jailton Sousa Silva

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Mais que um conto de fadas

O dia 16 de novembro de 2010 foi impactante, histórico e inesquecível. Afinal, esta foi a data escolhida pelo Príncipe William de Gales, o segundo na sucessão do trono britânico, para anunciar ao mundo, o seu casamento com a bela Kate Middleton. A cerimônia está prevista para o ano de 2011. A imprensa do mundo inteiro acompanhou esse acontecimento de modo que, não é difícil se observar as imagens do casal nos mais famosos programas televisivos, jornais e sites. Contudo, apesar da sua notável beleza, Kate foi o centro da repercussão por outro motivo: a sua origem. Ela não é de descendência real, mas de origem plebéia. Isso significa dizer que, futuramente, o trono britânico poderá ser ocupado por uma ex-plebéia! Sem dúvida, uma grande porcentagem do número de mulheres do mundo inteiro gostaria de estar no lugar de Kate!

Esta história lembra muito os contos de fadas que marcam a infância de muitas meninas. Porém, a sua sublimidade nos faz lembrar outro acontecimento: o casamento de Ester. Tudo começou quando a rainha Vasti, mulher do Rei Assuero, se recusou a cumprir a ordem do mesmo de apresentar-se à presença dele e de seus convidados. A intenção dele era mostrar o quanto a rainha era bela (Et 1:11). O rei ficou enfurecido com a atitude insubmissa de Vasti e a destronou (Et 1:12, 19-22). Agora o trono estava “vazio”. Quem seria a sucessora de Vasti? Qual mulher teria a competência de substituí-la à altura?

Na tentativa de encontrar uma resposta, os servos do rei o aconselharam: ... Tragam-se moças para o rei, virgens de boa aparência e formosura (...) A moça que cair no agrado do rei, essa reine em lugar de Vasti. Com isto concordou o rei, e assim se fez (2:2,4). As mais belas moças virgens do império Persa estavam ali reunidas, todas aguardando, ansiosamente, a escolha do rei. Possivelmente, todas elas queriam ocupar o lugar deixado por Vasti ao lado de Assuero.

Após examinar a beleza de suas súditas, finalmente, Assuero fez a sua escolha: O rei amou a Ester mais do que todas as mulheres, e ela alcançou perante ele favor e benevolência mais do que todas as virgens; o rei pôs-lhe na cabeça a coroa real e a fez rainha em lugar de Vasti (2:17). Ester, jovem judia e órfã, que não passava de uma exilada estrangeira, tornou-se a mulher mais importante do mega-império persa. De todas, ela foi a única que conseguiu impressionar Assuero por sua graciosidade. Isso seria o que chamamos de final perfeito e feliz. Mas a história não termina ai. Ela está apenas começando.

Não sabemos o que o futuro reserva para Kate Middleton, caso venha a se casar com o Príncipe William de Gales. Pode ser que haja um propósito divino por trás da história dela, ou não passará de um mero “conto de fadas”. Em relação a Ester, porém, houve um propósito. O livro que leva o seu nome não menciona, em momento algum, o nome de Deus. Todavia, é explicita a ação deste em todo o livro. Ester se tornou rainha não por méritos próprios, mas porque Deus quis assim. Ele a colocou no trono (4:14). Deus nunca age sem propósitos.

Qual o propósito de Deus para Ester? Por intermédio dela, o Senhor trouxe um grande livramento para o povo judeu. Ela convenceu o rei a não comungar com o mesmo pensamento de Hamã, que tinha a pretensão de promover aquele que seria um dos mais cruéis massacres da história. Tanto a rainha quanto os seus conterrâneos choraram, amargamente, durante dias! Mas Deus era com eles e não os entregou à maldade do perverso Hamã.

Entenda: os grandes planos de Deus não se limitam aos palácios nem às realezas. Eles podem ser concretizados na triste realidade dos presídios, dos orfanatos, das vielas e das favelas; nas grandes metrópoles e nas cidades desconhecidas. Sabe por quê? Porque o interesse de Deus está nas pessoas e, nesses lugares, sempre tem gente carente, condenada à morte. São jovens, crianças, meninos e meninas sendo usadas como maquete do tráfico de drogas. Eles expressam o real desespero de um povo perdido, sem Cristo.  

Nós somos a Ester dessa geração. Deus nos incumbiu da responsabilidade de interceder e agir em favor dos perdidos e condenados à morte. Não se esquive desse nobre e caridoso dever. Ponha-se a disposição de Deus e ele o usará como um precioso instrumento!

A história chegou ao final. Os judeus foram libertos da sentença de morte; Mordecai, primo de Ester, foi honrado e Hamã, morto de forma humilhante. Após muito sofrimento, veio o final feliz: a tristeza transformou-se em alegria e o luto, em festa! (9:22).

Mis. Jailton Sousa Silva

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Eu perdôo você


  “... E disse-lhe Jesus: Nem eu também te condeno; vai-te, e não peques mais” (Jo 8.11).

             Era madrugada e Jesus estava a ensinar no templo (v.2). Aparentemente, tudo estava correndo normalmente até que, inusitadamente, os escribas e fariseus trouxeram, à presença do Mestre, uma mulher que fora flagrada no ato de adultério. Ora, contra provas não há argumentos! De fato, aquela mulher havia mesmo praticado tal pecado e estava por demais aflita, pois a cada passo que dava, sabia ela que estava seguindo, literalmente, em direção à morte. A pena para o seu grave erro era a morte por apedrejamento. Ela estava em apuros! Em uma sociedade preconceituosa, hipócrita e sem piedade, aparentemente, ninguém era por ela. Ninguém se importaria se qualquer mal lhe ocorresse.
          O pecado cometido foi suficiente para que a mulher ficasse envergonhada, aflita e desesperada. Quanto mais tocavam nesta grave ferida, estraçalhado tornava-se o seu coração. Observe o argumento usado pelos acusadores da mulher no versículo 5: “E na lei nos mandou Moisés que as tais sejam apedrejadas. Tu, pois, que dizes?”.  Note que o argumento é forte; eles queriam confrontar a Cristo com a lei. Veja, porém, a resposta de Jesus no versículo 7: “... Aquele que dentre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela”. Todavia, eles não levaram em consideração o fato de que não há lei que tenha o poder e a autoridade de lançar por terra as palavras de Cristo! Não há ser humano que tenha autoridade o suficiente para condenar a quem Jesus perdoou! Sim, Cristo perdoou a mulher; ela teve uma nova chance!
Pode ser que você esteja passando por situações angustiantes, nas quais o que você mais precisa são de palavras encorajadoras, de conselhos confortantes e da companhia das pessoas que você ama. Porém, o que você tem recebido nada mais é do que acusações, afrontas, escárnios e críticas. Todavia, Jesus dá uma nova chance para você também, pois ele é aquele que perdoa! Muitos poderão lhe acusar por causa do seu “passado de deslizes”, mas jamais poderão impedir a ação perdoadora de Jesus sobre a sua vida! É Deus quem diz a você: “... Ainda que os vossos pecados são como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que são vermelhos como o carmesim, tornar-se-ão como a lã” (Is 1.18). Poderíamos ocupar muitas páginas citando textos que comprovam o perdão de Cristo para nós. Contudo, o nosso desejo é que você entenda que o perdão de Cristo é uma realidade presente na sua vida. Creia neste perdão, em nome de Jesus!

Em Cristo,

Mis. Jailton Sousa Silva