segunda-feira, 1 de julho de 2013

Geração Metanoia, acorda! A união faz a força

A frase: “O povo acordou” representa, talvez, o lema dos protestos que invadiram o país nesses últimos dias. A imprensa nacional e internacional noticiou em primeira mão tudo sobre as manifestações ocorridas no Brasil. Milhares de pessoas foram para as ruas reivindicar melhorias no transporte público, na educação, na saúde, na segurança. A repercussão teve uma abrangência assustadora em um curto espaço de tempo. A corrupção, a “erva daninha” que suga os recursos do país, foi também alvo dos protestos. É errôneo dizer que a voz do povo é a voz de Deus, porém, não se pode negar a sua influencia, a sua força num país democrático como o Brasil.

Não demorou e os resultados provocados pelas manifestações logo apareceram. Em vários Estados brasileiros, o preço da passagem urbana foi reduzido. A Câmara dos Deputados foi praticamente “forçada” a derrubar a PEC 37, a proposta de emenda constitucional que tirava poderes de investigação do Ministério Público. Caso fosse aprovada, a PEC 37 inviabilizaria algumas investigações como: desvio de verbas, crime organizado, abusos cometidos por agentes dos Estados e violações de direitos humanos. 430 votos, porém, lançaram por terra tal proposta. Esta foi, sem dúvida, uma grande vitória, mas não a única. A Câmara também aprovou o projeto que determina que 75% dos recursos dos royalties do petróleo da união, estados e municípios sejam destinados à educação. E 25% à saúde. Diferente do projeto original do governo que previa a aplicação de 100% das receitas em educação.[1] O povo foi para as ruas e a presidente da república, para a TV dar satisfações à nação. Incrível isso, não é mesmo? O que se conclui de tudo isso? Que um povo unido é um povo forte e um povo forte é difícil de ser batido.

O povo de Deus é forte. E isso não é de agora. No Egito, os hebreus cresciam numa proporção avassaladora. Tal crescimento assustou o governo nacional, que começou a executar o seu plano no sentido de impedi-lo. Faraó, então, passou a escravizar os hebreus, porém, quanto mais os afligiam, tanto mais se multiplicavam e tanto mais se espalhavam (Êx 1:12). Não morreram à míngua no Egito, pois Deus os libertou da escravidão (Sl 136:10-12). Anos mais tarde esse mesmo povo (ou a descendência dele), com a ajuda de Deus, se apossou da terra dos cananeus (Jr 32:21-22). Em união, todos fizeram a sua parte e alcançaram o tão almejado descanso.

O povo de Deus de hoje é a igreja, composta tanto de judeus quanto de gentios e não é pequena. Há verdadeiros cristãos espalhados por todos os continentes do planeta. No Brasil, os evangélicos são muitos. Segundo pesquisa divulgada em junho de 2012, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de evangélicos subiu de 26,2 milhões para 42,3 milhões até 2010.[2] A voz da igreja, portanto, tem peso na nação.

O que fazer, portanto, com tal trunfo nas mãos? Como nós, cristãos, devemos usar o peso de nossa voz numa sociedade cauterizada pelos problemas de ordem social e espiritual? Pois bem, Jesus disse que devemos agir como sal da terra e luz do mundo (Mt 5:13-14). Ele não quer que andemos em conformidade com este sistema caído chamado mundo, mas na contramão de seu percurso. Temos dupla cidadania, isto é, somos cidadãos da terra e do céu. Ainda temos muito por fazer. Isso mesmo, podemos fazer algo por esta pátria. Esta na hora de olharmos para fora das quatro paredes do templo e refletirmos sobre a súbita mudança de postura da sociedade brasileira revelada nas manifestações.

Os filhos do reino de Deus não se conformam com a impunidade nem com a injustiça social. Como cidadãos do reino, temos a mente de Cristo; como cidadãos do Brasil, temos o voto. Ambas as armas são potentes. Devemos usá-las. Assim sendo, que tal nos unir e omitirmos o nosso voto aos candidatos envolvidos em esquema de corrupção? Nada de votar em ficha suja; nada de vender o voto. Cristo não faria isso. Que tal rejeitarmos nas urnas aqueles que falam de honestidade, mas se apressam em defender a corruptos? Em vez de nos deixar seduzir pelo carisma, avaliemos projetos, propostas, princípios e se estes não contrariam aos princípios mais importantes, que caracterizam o reino de Deus. A união faz força. A união faz a diferença. Geração metanoia, acorda!

Em Cristo,

 Jailton Sousa Silva