Texto:
Malaquias 3:10
Introdução:
Devolução implica em restituir
a alguém algo que lhe pertence. No contexto relacionado à igreja, a palavra
devolução está intimamente associada, dentre outras coisas, à entrega do
dízimo. A palavra “dízimo” é a décima parte de um todo. Em outras palavras,
dízimo é a décima parte do que Deus nos concede e que deve ser devolvida a ele,
como um ato de adoração, gratidão e obediência, em reconhecimento de que tudo
lhe pertence. O dízimo não se trata de algo
que a igreja inventou, mas de um princípio perpétuo estabelecido por Deus em
sua Palavra. O dízimo não é opcional para os cristãos, mas um mandamento que
deve ser levado a sério.
Dizimar é parte do princípio da fidelidade. Quanto a
esse princípio, devemos analisar três lições importantes. Vamos à primeira.
1. No
princípio da fidelidade, a devolução é legítima.
Será que o dízimo continua
sendo válido para os cristãos de hoje? Será que o dízimo ainda faz parte da
nossa fidelidade diante de Deus? A resposta para ambas as perguntas é sim: O
dízimo é válido para os dias de hoje e inclui a nossa fidelidade a Deus. O dízimo é válido porque é
anterior à lei. A primeira referência bíblica a alguém entregando o dízimo está
em Gênesis. Abrão entregou o dízimo de tudo que possuía a Melquisedeque,
sacerdote do Deus Altíssimo (Gn 14:18-20). Nessa época, a lei de Deus ainda não
havia sido estabelecida. Abrão devolvia o dízimo porque sabia que tudo pertence
ao Senhor e queria agradecê-lo pelas vitórias conquistadas.
Se você alcançou suas
conquistas, não pense que você o fez por suas próprias forças. Deus esteve
contigo na luta. Ele te deu capacidade para estudar, trabalhar e prosperar.
Portanto, não deixe de ser fiel a ele. Se Deus o ajudou até aqui, não retenha
aquilo que é dele por pensar que lhe faltará o pão de cada dia, a roupa para
vestir, o calçado para os pés. O dízimo é válido porque foi
incluído na lei de Deus. A décima parte das colheitas, dos frutos e dos animais
devia ser entregue ao Senhor. O texto de Lv 27:30 afirma que: ... todas as
dízimas do campo, da semente do campo, do fruto das árvores são do SENHOR;
santas são ao SENHOR. Pela lei, a décima parte da
nossa renda, não nos pertence. Não cabe a nós administrá-la.
A décima parte da
nossa renda é do Senhor. A nossa responsabilidade é devolver a Deus o que lhe
pertence. Ao receber o salário do suor do seu rosto, do trabalho que dignifica
o homem e a mulher, separe e devolva primeiramente a décima parte que pertence
ao Senhor. Não caia no erro de tomar para
si o dízimo. Se fizermos isso, estaremos pecando gravemente, como diz o texto
de Malaquias 3:8: Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais e dizeis:
Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas alçadas.
Não devolver o dízimo é
pecado; usar o dízimo para fins pessoais é pecado. Jesus disse que a prática do
dízimo deveria ser cumprida. Sobre ela, ele alertou em Mt 23:23: ... deveis
fazer estas coisas, sem omitir aquelas. Jesus estava afirmando que os
escribas e fariseus deveriam praticar a justiça, a misericórdia e a fé, que são
importantes, sem esquecer o dízimo, que também é importante. Precisamos, em
nossos dias, ser justos, misericordiosos e convictos, sem jamais deixarmos de
ser fiéis. Analisemos agora a segunda
lição sobre o princípio da fidelidade.
2. No
princípio da fidelidade, a devolução é necessária.
Devolver o dízimo é
necessário. Se quisermos que a obra de Deus seja mantida, precisamos fazer
isso. Quando a terra de Canaã foi dividida entre as tribos de Israel, a tribo
de Levi não teve participação nessa divisão, porque Deus já a tinha escolhido
para servir exclusivamente no tabernáculo. Os levitas, portanto, seriam
sustentados pelos dízimos. Quem ordenou isso foi o próprio Deus em Nm 18:21,
que afirma: Aos filhos de Levi dei todos os dízimos em Israel por herança,
pelo serviço que prestam, serviço da tenda da congregação. Somente os
sacerdotes e os levitas tinham o direito de receber esses dízimos.
No Novo Testamento, com o
surgimento da igreja e o fim do ministério levítico, o mesmo dízimo passou a
ser destinado à manutenção da igreja. Para cumprir a missão de Deus no mundo,
ela conta com a contribuição dos cristãos, por meio de dízimos e ofertas. Não é
a bondade dos governos que sustenta a igreja, mas sim, a fidelidade dos
crentes, com a bênção de Deus. A sua fidelidade na devolução
do dízimo garantirá o sustento daqueles que se dedicam exclusivamente ao
anúncio do reino. Em 1 Coríntios 9:14, Paulo diz que o Senhor ordenou que os
que anunciam o evangelho vivam do evangelho. O texto está tratando de pessoas
que se dedicam exclusivamente a essa tarefa.
Se você almeja que os nossos
pastores, missionários e missionárias desempenhem bem o seu papel na divulgação
do reino de Deus na terra, seja fiel na devolução daquilo que pertence ao
Senhor. Se você almeja que a igreja
tenha recursos suficientes para manter seus compromissos de forma honesta e
pontual perante os órgãos governamentais, devolva fielmente aquilo que pertence
ao Senhor. Se você almeja que a bênção da
prosperidade seja visível na igreja em que você congrega, seja fiel na
devolução dos dízimos e das ofertas. O princípio da devolução é necessário. Seja
consciente disso. Deus abençoa a sua vida para que você, por meio da sua
fidelidade, abençoe a obra dele.
Conclusão: Seja
fiel ao Senhor na devolução dos dízimos. Mas não faça isso no intuito de se
exaltar diante das pessoas, mas de reconhecer que Deus é Senhor e legítimo
proprietário de todas as coisas. Além disso, entregue o seu dízimo como forma
de agradecer a Deus por lhe permitir usar aquilo que é dele, exigindo apenas a
décima parte. Não é só o dízimo que pertence
ao Senhor; a Bíblia diz que tudo é dele (Sl 24:1). Os 90% que administramos
também pertencem ao Senhor. Oremos para que o princípio da fidelidade seja
constante em nossa vida.
Jailton Sousa Silva, Pr.
Fonte:
Sermão adaptado da lição bíblica nº 317: o cristão e o dinheiro, pgs.
27-32.