
O
seu falar seja sempre agradável e temperado com sal, para que saibam como
responder a cada um.
Falar bem é importante. Quem
usa as palavras com discernimento, poderá alcançar bons relacionamentos, um bom
emprego, a admiração das pessoas. Mas falar bem não se limita a possuir um
amplo vocabulário. Mas, acima de tudo, ao domínio da própria língua, ou seja, à
moderação em nossas palavras. Sabemos que sendo a língua um órgão tão pequeno,
muitos de nós temos dificuldade em domá-la. De fato, grande parte das pessoas
não a domina, mas se deixa dominar por ela, falando o que, quando e a quem não
deve falar.
Como, porém, não ser
desagradável numa área tão importante da vida, que é a fala? A Bíblia dispõe de
ensinamentos essenciais a este respeito.
Em
primeiro lugar, profiramos palavras brandas.
A
resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira,
diz o sábio em Provérbios 15:1. Toda ação poderá produzir uma reação. Uma
palavra de elogio poderá culminar em uma resposta de gratidão, mas uma palavra
de ira poderá resultar em respostas agressivas e grosseiras, capazes de macular
os relacionamentos entre as pessoas.
A ira causa separação. Há
filhos brigados com os pais. Há irmãos que não se suportam. As agressões
verbais entre casais são deploráveis. Muitas tragédias familiares se iniciam
com apenas uma pequena faísca de ira. Cuidado. O nosso exemplo é Cristo. Ele
mesmo nos convida: aprendei de mim, que
sou manso e humilde de coração (Mt 11:29). A mansidão e a humildade não são
iracundas, mas pacientes. Essas qualidades nos ajudam a respeitarmo-nos uns aos
outros. A ira causa temor, mas só amor
nos constrange ao bem.
Em
segundo lugar, evitemos o falso julgamento.
Em Colossenses 3:8 somos
alertados a nos despojar da maledicência. Além da ira, a maledicência também
fere corações, destrói relacionamentos e mata pessoas. O que é maledicência? É
a fala abusiva contra Deus e contra as pessoas. É difamação e injúria contra a
reputação alheia.
Muitos se consideram
espirituais, mas vivem denegrindo a reputação alheia, acusando sem provas,
criando contendas e abalando o corpo de Cristo. Contudo, os verdadeiros
cristãos espirituais manifestam, em sua vida, o fruto do Espírito. A temperança
ou domínio próprio é uma virtude desse fruto. Então, sejamos temperantes nas
palavras que saem de nossos lábios. Evitemos falar algo, sem antes, pensarmos
nas consequências que isso causará. Rejeitemos o julgamento precipitado, as
fofocas e os boatos.
Em
terceiro lugar, utilizemos a decência.
Colossenses 3:8 no ensina
também a nos despojarmos da linguagem
obscena do nosso falar. Em outras palavras, o que o escritor da carta nos orienta
é a adotarmos uma linguagem pura, desvencilhada de palavrões e de palavras de
duplo sentido.
O ensino contido na carta aos
Efésios 5:3-4 é semelhante. Assim está escrito: ...qualquer tipo de imoralidade sexual, indecência ou cobiça não pode ser
nem mesmo assunto de conversa entre vocês. Não usem palavras indecentes, nem
digam coisas tolas ou sujas, pois isso não convém a vocês.
Qual tem sido o assunto de
nossas conversas na roda de amigos? Que tipo de piadas temos tido interesse em
contar ou em ouvir? Que pensamentos permeiam, de modo constante, nossa mente? O
que sai de nosso coração edifica ou contamina? Lembre-se: geralmente falamos o
que provém do nosso coração. Sejamos puros em nosso falar.
Em
quarto lugar, sejamos verdadeiros.
Colossenses
3:9 nos adverte: Não mintais uns aos
outros, uma vez que vos despistes do velho homem com seus feitos. A mentira
leva à fraude e à corrupção. Ela lança abaixo a confiança por anos conquistada
por alguém. A mentira é uma característica de Satanás. Este mente desde o
princípio. Mas Deus, por sua vez, rejeita a prática da mentira. Cristo é a
verdade e recebe, com prazer, os verdadeiros adoradores.
Portanto, se quisermos ser
parecidos com Jesus e imitá-lo, é preciso que de nossos lábios saiam palavras
verdadeiras. A verdade é um princípio irrevogável. Não podemos ignora-la no que
diz respeito às nossas palavras. Paulo escreveu, em sua carta aos Efésios 4:25:
...deixai a mentira, e falai a verdade
cada um com o seu próximo, pois somos membros uns dos outros.
Concluindo
esta reflexão, quero enfatizar a afirmação de Colossenses 3:9, de que nos
despimos do velho homem com os seus feitos. Será que isso tem a ver com nossas
palavras? É claro que sim. Os nossos pensamentos não são os de antes, quando
éramos dominados pelo pecado. Nossas palavras não mais são indecentes. Temos a
mente de Cristo. Uma mente cristocêntrica produz palavras que curam, que
restauram, que edificam e que pacificam. Amém.